Entrevista com Carla Possamai Della, diretora do Samae e da Fundac

por Davi Carrer

Cocal Comunitário: Quem é Carla Possamai Della? Como você se identifica?
Carla Possamai Della: Carla Possamai Della é natural de Criciúma, mas sempre morei em Cocal. Minha família, por parte paterna, é nativa de Cocal, minha mãe de Criciúma. Venho de uma família composta por cinco pessoas. Meu pai é um taxista aqui em Cocal, o Carlos Della. Eu sou formada em Engenharia Química, tenho pós-graduação em Gestão Ambiental e conclui agora recentemente Engenharia de Segurança. Desde que me formei, logo depois vim trabalhar no Samae. Trabalhei antes em uma empresa de impermeabilizantes químicos, na qual hoje voltei a prestar consultoria. Trabalho na área ambiental, fazendo alguns projetos, na parte metalúrgica, trabalhei como consultora. Faz oito anos que estou do Samae como Engenheira Química, na parte de controle de qualidade d’água.

C.C.: Como foi feito o convite para assumir o Samae e a Fundac?
C.P.D.: Desde que Ademir e a Aninha foram vitoriosos houve rumores, de que seria uma pessoa técnica, mas eu sempre deixei bem claro que eu acharia importante que, como eu sou funcionaria do Samae, vir outra pessoa técnica para somar conhecimentos. fiquei surpresa com o convite e extremamente feliz pela confiança, mesmo isso não estando nos meus planos. aceitei o convite e estou disposta a fazer por merecer a nomeação.

C.C.: Já pensava antes em assumir este cargo ou algo parecido?
C.P.D.: Não. A parte de direção (Samae) nunca fez parte dos meus pensamentos. E quanto a Fundac menos ainda.

C.C.: Você sempre atuou na Samae, diferente na Fundac. Será um desafio?
C.P.D.: Como eu sou funcionária do Samae eu conheço o sistema de tratamento. Por mais que a gente seja da parte técnica sempre sabe como funciona, mesmo que não efetivamente, mas tem o conhecimento. Com relação a Fundac eu só tinha conhecimento, como a gente trabalha na parte ambiental e projetos ambientais, tem conhecimento em algumas partes. Mas a partir do momento que você vai gerir, fazer a parte de gestão, realmente muda bastante. Mas tem a parte jurídica que vai dar respaldo e toda a assessoria jurídica necessária que precisarmos. Vai ajudar bastante.

C.C.: Que características fizeram você ser convidada para estas funções?
C.P.D.: As características fundamentais foi o prefeito e a vice-prefeita eles darem total garantia na transparência, no trabalho correto e que realmente fariam a coisa certa para Cocal. Isso foi um ponto fundamental, pois nós sabemos que na parte da política ela é muito flexível e eu sou bem chata em relação a isso. A coisa é certa ou não é certa. Esse era um motivo que eu nunca tinha interesse em assumir o Samae.

C.C.: Teve alguma surpresa ao assumir o Samae e a Fundac?
C.P.D.: Sim, com certeza teve coisas. Por mais que a gente esteja dentro sempre tem algumas coisas que a gente não está sabendo. Tanto o Samae quanto a Fundac eles são autarquias, são independentes, mas fiscalizados pela Prefeitura. A Fundac nos não tivemos tempo ainda de realmente fazer um pente fino, um levantamento realmente efetivo, mas no Samae foi feito isso. O que eu posso dizer. O Samae fechou o ano positivo, com R$ 53 mil em caixa, tem uma receita mensal e anual boa e consegue se manter muito bem.

C.C.: Qual a prioridade neste momento?
C.P.D.: A prioridade do Samae realmente é que a gente ainda está passando por um problema de água. Melhorou significantemente, mas ainda estamos em um momento delicado. Quanto ao Samae realmente é buscar outras fontes de abastecimento de água. Já estamos olhando, tem uma fonte boa na Linha Espanhola, tem talvez possibilidade da Mãe Peregrina, até mesmo na Linha Ferreira Ponte, tem a perfuração de um outro posto artesiano, que já estão nessa parte de estudo, de levantamento da quantidade de água. Quanto a Fundac ainda é muito cedo para eu falar. O que eu poderia dizer, a princípio como profissional da área ambiental, é realmente trabalhar em cima de bastantes programas. Imagino eu que a parte de fiscalização deles é boa e efetiva pelo que eu tenho acompanhado. Trabalhar em cima de programas, de preservação e de conservação com as escolas, programas educacionais, fazer melhorias na questão de nascentes. Essa é uma prática muito bacana que vai juntar a Fundac com o Samae. O Samae porque realmente precisa disso e a Fundac pela área ambiental.

C.C.: Qual sua meta e o maior desafio, pensando em quatro anos?
C.P.D.: O maior desafio realmente é acabar com o paradigma de que a parte do órgão público é politizada. Existe uma grande diferença entre política e politicagem e nos órgãos públicos existia muita politicagem e uma das coisas que o prefeito disse que é meta dele acabar. Também trabalhar pelo bem em comum da comunidade. O desafio realmente é esse, fazer um trabalho para população e não para sobrenomes ou para apenas algumas pessoas.

Carla Possamai Della tem 32 anos, é formada em Engenharia Química pela Unisul, de Tubarão. Também possui especialização em Gestão Ambiental e Engenharia de Segurança do Trabalho. Desde a sua formação atua como engenheira do Samae de Cocal do Sul. Atuou ainda como assessora de uma empresa de metalurgia e atualmente presta assessoria para uma indústria de impermeabilizantes para construção civil.