Alunos de Cocal se mobilizam pela Educação

por Davi Carrer e Rodrigo Szymanski

“Queremos qualidade e não quantidade” e "Alunos, na rua, governo a culpa é sua". É com estas frases de ordem que os estudantes da Escola Professor Padre Schuler se mobilizaram nesta manhã (2/5) a favor da Educação e contra as medidas do Governador Raimundo Colombo. Munidos de cartazes, buzinas e apitos os alunos foram até a praça central da cidade. “A ideia partiu dos alunos, mas temos professores nos apoiando. Por questão de economia eles estão reduzindo o número de turmas e isso vai acarretar em uma superlotação. Pode ter até 45 alunos por sala”, afirmou a estudante Mariana Cardoso, de 15 anos. Embora a estudante mencione os professores, nenhum se fazia presente. Infelizmente, já que essa luta e de toda a sociedade!

“Alguns professores chegaram a perder 10 aulas, e outros vão ser demitidos! Outra questão também é a qualidade da educação que acreditamos que vai cair e muito, pois já é difícil controlar uma sala de 27 alunos, quanto mais uma de 45! Fora que o tempo de aula vai ser pequeno, pois já se leva quinze minutos só para fazer a chamada e acalmar a turma. As salas do Schuler não tem infraestrutura para comportar tantos alunos assim”, destacou a estudante.

A ação teve início em uma turma que poderia ser fechada, a 2003, com os atos de Colombo. Segundo uma professora da escola, algumas alunas tomaram a frente e mobilizaram outros alunos. Uma das alunas, inclusive esteve em uma celebração da Igreja Católica na manhã de ontem (1º/5) pedindo o apoio de toda a sociedade. “Ele (o pároco) nos apoiou totalmente. Reforçou o nosso pedido e disse que é um pedido justo, pois existe uma outra lei que diz que o limite máximo dos alunos é 28 e existe uma metragem de um metro e meio por aluno e dois metros e meio para o professor”, informou Mariana.

A aluna explicou que os estudantes têm apoios de alguns pais, mas que outros até impedem seus filhos de participar. “O apelo que fiz ontem na igreja foi justamente esse, que os pais nos ajudem, pois os da APP da escola não se importaram conosco”, explicou.

Entenda

O governo de Santa Catarina trouxe à mídia o Plano de Revitalização da Carreira do magistério. Em um primeiro momento ele forneceu um aumento salarial desproporcional, fazendo com que professores sem graduação tenham salários muito próximos aos com pós-graduação e 30 anos de serviço.

Em outro momento ele iniciou com a chamada, por ele, “otimização“ do número de alunos em sala de aula. Isso diminui o número de turmas e consequentemente leva a diminuição das aulas dos efetivos e demissão de vários professores ACT‘s no estado.