por Rodrigo Szymanski
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Foto: Victor Dragonetti (Drago) |
Os jovens são por muitas vezes vistos como um problema social, aqueles que causam confusão e badernas. Outras vezes olham os jovens como a solução do problema, os “revolucionários”. Na verdade os jovens são protagonistas de direitos. A palavra protagonismo é formada por duas raízes gregas: proto, que significa o primeiro, o principal; agon, que significa luta. Protagonista quer dizer, então, lutador principal.
Nos últimos anos a juventude no mundo protagonizou verdadeiras cenas de “batalhas” nas ruas, a chamada Primavera Árabe. E neste ano estamos vendo ressurgir no Brasil as manifestações de ruas protagonizadas pelas juventudes, talvez esta seja nossa Primavera Brasileira, depois de um inverno de décadas sem jovens na rua. Após os caras pintadas vivemos um inverno político.
Foto: Reprodução |
Em Porto Alegre os jovens barram o aumento do preço das passagens de ônibus. Em São Paulo, esta semana, os jovens iniciaram manifestações nas ruas. Nesta última quinta-feira, mais de 10 mil jovens estavam nas ruas em São Paulo e no Rio, entre outras cidades com número menores. Uma forte repressão do estado e da polícia criaram cenas de guerras nas ruas e a mídia (o monopólio midiático) acabou por mudar a concepção de ataques aos manifestantes, que no primeiro dias foram taxados de “vândalos”, “marginais” e “violentos”, após vários jornalistas terem sido feridos pela violência policial.
As redes sociais e as tecnologias garantiram que imagens e fotos comprovassem a violência e repressão policial. Enquanto um grupo de jovem gritava “sem violência, sem violência” a tropa de choque chegou atirando e “descendo o cacete” na gurizada. Até mesmo vinagre se tornou motivo para detenção. Um jornalista da Carta Capital foi preso por portar vinagre (vinagre ajuda a minimizar o mau estar do gás de efeito moral e do spray de pimenta).
O governador de SP, Geraldo Alckmin (PSDB), alegou que as manifestações são de cunho políticos. Não sei qual o entendimento de política do governador, mas claro que manifestações são políticas, mas não no sentido partidário. Pois os jovens saem na rua para reassumir seu protagonismo político. Já o prefeito da cidade de São Paulo, Fernando Haddad (PT) estranhamente (ou não) se mostra energético contra os manifestantes, esquecendo assim que seu partido nasceu das manifestações populares, principalmente com apoio das juventudes.
Foto: Reprodução |
A manifestação não é por 20 centavos a menos, mas sim por direitos, e as informações e que as manifestações se espalham pelo Brasil. O que não pode acontecer é a ideia de tentativa de “criminalização” ou o absurdo de enquadrar os jovens como formação de quadrilha, pois se isso acontecer estará voltando a um estado ditatorial. A ditadura não pode voltar. As manifestações irão entrar Copa das Confederações adentro e o governo já avisou que não vai tolerar manifestações na copa.
Em um cartaz de uma manifestante dizia “desculpe o transtorno, estamos melhorando o Brasil”. Não podem impedir os jovens de ir para rua. É preciso apoiar, é preciso dar sustento para que a juventude saia às ruas no Brasil inteiro, contra o aumento das passagens, contra corrupção, contra as injustiças por um Brasil novo, uma primavera Brasileira. E o grande medo é, se as ondas de manifestações continuarem, as elites sabem que muitos governos podem cair!
Vamos às ruas! Todo poder emana do povo.
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