colaborador Juliano Carrer
- cocalcomunitario@gmail.com
Muitas estudos apontam que, na atualidade, é maior o cuidado com a natureza e com os animais. Claro que talvez concordemos que ainda temos muito que melhorar. Entretanto, não é sobre isto que pretendo conversar, mas sim sobre a lógica que permeia esta ajuda.
E para isso quero partir da discussão do número de ONG´s que tem surgido para ajudar os animais. Basta olharmos para as duas cidades que são ligadas a Cocal pela SC-108 (antiga SC-446). Ambas possuem ONG´s recentes (a "SOS Vira-Lata", em Criciúma, e a "Raça", em Urussanga). E em Cocal surge a "Patas e Pegadas".
Todas elas se propõem a ajudar animais abandonados (em geral cães e gatos). As ações mais comuns são o recolhimento e a tentativa de encontrar um lar para esses animais. Claro que tratam das doenças na medida do possível e buscam a castração (atitude imprescindível).
Embora não tenha dados relacionados a isso me pergunto: como estão os índices da animais abandonados desde que essas organizações começaram a atuar?
Será que reduziram?
Não sou contrário a cuidar desse animais que foram abandonados, se não fosse a atitude de muitos que assim o fazem quando os retiram das ruas com certeza as mortes seriam maiores. Entretanto é preciso modificar a lógica, apreender o que existe nas entrelinhas. Se as ações forem centradas no recolhimento dos animais e no encontro de lares é gastar muita energia para poucas mudanças. Se é que não aumenta o número de abandonados? Pois se sabemos que alguém vai cuidar...!!?? Enfim, penso que o recolhimento deva continuar, mas não deve ser a única frente de atuação. Deve se unir atitudes assistencialistas e de mudança de lógica.
Por exemplo, pelo simples fato de eu ter adquirido uma camiseta de determinada ONG, uns dias depois uma pessoas me ligou perguntando se não queria ficar com seu cachorro. "Bobiá" daqui a pouco as pessoas vão abandonar justamente em frente as casas das pessoas participantes das organizações.
Por isso é preciso refletir muito a prática.
Algumas dicas que me surgem:
- Denúncias mais sérias quanto a abandono e maus tratos.
- Acompanhamento dos animais adotados.
- "Senso Animal" cadastrando todos os animais do município pra acompanhamento.
- Campanhas de conscientização, com, por exemplo, orientações sobre passos para adoção (é absurdo alguns pais que adotam/compram animais porque simplesmente os filhos querem)
Não digo que tudo deve ser feito por eles, lembro que é preciso cuidar para não misturar o papel da ONG com o papel do Estado. Como muito se confunde em outras ONG´s... Mas isso fica para uma outra discussão.
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