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segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

Espaço Educação: Aprovar ou Reprovar?

colaborador Juliano Carrer
 - cocalcomunitario@gmail.com

Hoje pedirei para os leitores que se imaginem enquanto professores (pelo menos para aqueles que não o são). Imagine também que você tem cerca de 20 turmas, o que significa cerca de 600 alunos/as. E que ao longo do ano você realizou, por bimestre, três avaliações, entre provas e trabalhos. E ao chegar no fim do ano, no último conselho de classe, você se vê com uma lista de vários nomes que não atingiram a média mesmo após a prova final.

- O que você faria?
- Reprovaria ou Aprovaria?
- Ou a decisão dependeria do aluno/a?

Quem apenas usa o critério da nota não tem crise. Ou tem? Já ouvi alguns colegas dizerem que quem não atinge a nota reprova e pronto. Me pergunto: Será que nossas avaliações são tão justas assim? Penso que não! Muito tem que ser revisto na metodologia que usamos para avaliar o conhecimento. Mas para mim esse não é o ponto de maior crise no processo avaliativo.

Há aqueles que se valem apenas pela relação que tiveram com os alunos. Cabe aqui acreditar que a nossa convivência com tantos alunos nos permite ter clareza (lembre: 600 alunos). Será que somos capazes de fazer isso? Será que nossa relação com os alunos, por sermos humanos, não sofre influência? Será que, às vezes, não gostamos mais de uns do que de outros? Claro que faço essa pergunta tendo certeza da resposta. Obviamente nosso envolvimento interfere.

Defende-se atualmente que tanto o conhecimento como a análise do sujeito devem ser levadas em consideração. Agora, como fazemos isso? Que instrumentos usamos?

Bom, a resposta, em geral, são provas e o que nossa mente/coração nos diz. Isso mesmo, além das notas temos o que mais? Quando chega no conselho de classe, em que ficamos em dúvida sobre a aprovação ou não de um aluno pelas notas e se não lembramos direito do aluno (já ouvi essa fala) o que fazer? Sempre tem alguém que lembra, disso eu sei, mas e se quem lembra justamente é alguém que o envolvimento com o aluno foi problemático e que carrega em si certo preconceito (ou não fazemos isso?).

Quero deixar claro que não defendo a aprovação compulsória. É necessário enquanto seres humanos que aprendamos que nossas atitudes tem consequências. E discurso nem sempre funciona, pois existe a necessidade da punição com gestos concretos para que aprendamos.

Mas acho que é urgente e necessário revisarmos nossos métodos avaliativos, principalmente no que tange os critérios subjetivos. Mais que isso, penso que é necessário e urgente a discussão dos conteúdos que realmente são necessários serem ensinados (quem sabe em um próximo momento possamos discutir melhor isso).

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