por Juliano Carrer
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No ano passado escrevi sobre a proposta do "Bem Viver" inspirada no modo de vida dos povos indígenas. Gostaria de retomar um pouco sobre isso de uma maneira diferente, mais reflexiva.
Aprendemos desde pequenos na escola que, antes de os europeus chegarem até nossa terra, viviam aqui os índios. Num olhar ligeiro parece que isso nos sensibiliza e que respeitamos essa herança. Sempre soube também desde pequeno que era descendente de italianos por parte de pai e por parte de mãe eu era preconceituosamente chamado de "baiéco". Porém quando era mais novo não me questionava muito. Ao ganhar idade perguntei para uma de minhas tias que me contasse mais sobre essa descendência "baiéca". O que ela lembrava é que uma parte era europeia e a outra "bugre". Bugre? Isso mesmo, "bugre".
"Bugre" é outro nome preconceituoso dado aos índios. E que ela naturalmente incorporou depois de tantos assim o dizerem. Desde então tenho muito orgulho de dizer que minha descendência é indígena e europeia. Tenho orgulho em dizer, mas sei que tenho quase nada da influência dessa herança indígena e muito mais da europeia. E por que isso?
Porque não é interesse da sociedade em que vivemos que tenhamos influência de um povo capaz de viver da natureza sem acabar com ela.
Mais do que dizer nas escolas que aqui viviam os índios é preciso ensinar sua lógica, seu modo de vida, seu respeito com a Vida e com a natureza. Tenho certeza que se assim fosse muitos optariam mais por essa influência e quem sabe nosso planeta e toda a vida nele existente fossem melhores tratados.
Awere!
Amém!
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