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quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

Opinião: Direitos Humanos, não precisa de Bolsonaro

por Rodrigo Szymanski
 - cocalcomunitario@gmail.com

O ano na Câmara dos Deputados inicia com a escolha dos presidentes para as comissões de trabalhos. A escolha se dá por “poder”, e os partidos que mais possuem deputados levam o maior número de presidências das comissões.

No ano de 2013 muito se falou da “Comissão de Direitos Humanos e Minorias”, que foi assumida pelo deputado e pastor Marcos Feliciano. Ondas de protesto, brigas, manifestações contra a presença de Feliciano na presidência. Motivo? Sua intolerância com os Direitos Humanos, com os Gays, com os Negros, com as minorias. E pior suas intenções de implantar uma ditadura “fundamentalista” evangélica no Brasil.

Para piorar a situação, temos como candidato a esta comissão o deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ), que deseja ser o próximo presidente, alegando “Se eu virar presidente da Comissão de Direitos Humanos, as pessoas vão sentir saudades do Feliciano". O deputado, que é Militar, defensor da Ditadura, contra a abertura dos arquivos da ditadura, defende a tortura. Acredita e faz defesa das “palmadas” para corrigir a homossexualidade, acha que negros são inferiores e acredita que lugar de mulher é cuidar da casa. Este deputado ontem defendeu publicamente que não está nem aí para as minorias.

Sei que muitos irão dizer “este é o cara certo” e isso é lamentável. A falta de sensibilidade com o “outro” é cruel, desumana, ignorante. Vivemos ainda em uma sociedade de “separação”, na qual os diretos não são plenos. Negros podem ser amarrados pelo pescoço por serem usuários de drogas e “meninos de rua”, de quem é a culpa? Pessoas do mesmo sexo não podem livremente viver sua sexualidade, por que é imoral. Mulheres ainda sofrem violência, são estupradas por sair de casa sozinha e usar saia, e a culpa é sempre delas, pois mexem com os desejos dos “machos” que se sentem no direito de fazer das mulheres um pedaço de carne do prazer.

O que significa Jair Bolsonaro (PP-RJ) na “Comissão de Direitos Humanos e Minorias”? Expressa que a sociedade brasileira entra em um profundo declínio em suas concepções de valores. Uma onda de fundamentalismo, de antipatia, talvez de uma fase “neofascista”. E o pior de tudo é ver os Cristãos ostentando a defesa destas posturas irracionais.

A não eleição deste deputado repugnante está hoje na mão do PT, que por muito tempo presidiu a comissão de direitos humanos e minorias, uma ala do partido defende o retorno dos mesmos a comissão. Porém somente as relações de poderes dirão. Espero, desejo e acredito que isso aconteça, para o bem dos direitos humanos e das minorias de nosso imenso país de desigualdades sociais.

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