por Rodrigo Szymanski
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Como em todos os anos, no tempo litúrgico da quaresma, se vivencia a campanha da fraternidade. Em 2014 temos como tema “Fraternidade e tráfico humano”. E seu lema será “É para a liberdade que Cristo nos libertou (Gl 5,1)”. Refletindo as relações de tráficos humanos, seja ele prostituição, trabalhos, crianças, órgãos, drogas, etc., em que as pessoas são usadas como um fim monetário e escravista.
A história do Brasil se confunde com a história dos tráfico de pessoas humanas, por mais de 200 anos, legalmente, se fazia tráfico de milhões de escravos negros para o Brasil.
O tráfico humano remove as pessoas de seu lugar, seja ele de uma região do Brasil para outra ou para exterior. Normalmente é utilizado para a exploração sexual ou de trabalho escravo. Outros meios para a aliciação são as propostas de trabalho por vezes magníficas de oportunidade e trabalho com ganhos fartos para ajudar as famílias. Normalmente as pessoas traficadas saem de região pobres e carentes do país.
Segundo artigo do diácono Geraldo Trindade, “No Brasil, mais de 25 mil pessoas prestam serviços, presas em fazendas, garimpos e carvoarias. De 1995 a 2008 cerca de 33.750 foram libertadas do trabalho escravo. Em 21 estados da Federação já foram encontrados trabalhos escravos. No ano de 2000 foi desmantelada uma rede de tráfico humano para a venda de órgãos que ligava Pernambuco e a África do Sul. Em 2004, o Ministério Público denunciou 28 pessoas por este crime. A comercialização de 30 órgãos movimentou 4, 5 milhões de dólares neste esquema criminoso. Há ainda o tráfico interno de pessoas no Brasil para o trabalho em situações ilegais e subumanas. O nosso país, infelizmente, é também importador de mão de obra dos países vizinhos, principalmente da Bolívia, do Peru, do Paraguai, do Haiti e da Colômbia”.
Em dados mundiais cerca de 2,5 milhões de pessoas são traficadas, a maior parte, 43%, são para exploração sexual, destes 32% para tráfico para trabalho forçado e 25% trabalho e exploração sexual, assim uma dupla exploração.
Outra forma é a flexibilização das leis trabalhistas, na quais o patrão explora seus funcionários não pagando todos os direitos devidos, ou pagando um salário abaixo do piso, ou sem carteira assinada.
Hoje todo Brasil e nossa região, inclusive nossa cidade, recebem vários haitianos, em vários locais já foram constatado trabalho escravo ou exploração indevida. E é preciso ficarmos vigilante para não fazermos parte dos índices de incentivadores e financiadores do trabalho escravo.
Outro fator que devemos refletir com todo cuidado é a exploração sexual na rodovia SC-108. Acreditar que todas as garotas de programas ali estão por livre e espontânea vontade e que não existe uma rede de exploração sexual é muita ingenuidade.
O tráfico humano está mais perto de nossa cidade do que imaginamos. É tempo de refletir e cuidar dos outros.
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