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segunda-feira, 5 de maio de 2014

Espaço Educação: Periferia na moda

por Juliano Carrer 
– cocalcomunitario@gmail.com
Cena de Malhação em 2012/Rede Globo

Se acompanharmos algumas novelas recentes tem sido muito comum pessoas da classe média-alta frequentar a periferia como espaço de lazer. A arte e cultura da periferia tem sido algo em evidencia. A exemplo disso temos o hip-hop, o pagode, o funk, etc.

Agora surge uma pergunta:
Será que a periferia também tem tanto acesso assim aos espaços e a cultura da classe média-alta? Isso não é a toa.

Trata-se da exploração da periferia ao máximo. Se não basta-se a exploração financeira, "rouba-se" também sua criatividade, sua beleza, sua arte.
Programas como o Esquenta só possuem espaço na mídia devido a esta lógica.

Talvez vocês estejam pensando que isso tudo é besteira. Mas vou trazer outras evidências. Na nossa própria região temos uma delas: as bandas de pagode em evidência criadas nos últimos tempos. Quem são os componentes dessas bandas? Povo da periferia? Alguns até são, mas a maioria faz parte da classe média.

Até as lutas da periferia parecem estar sendo furtadas. Nos últimos dias uma campanha puxada por pessoas muito influentes compartilhou a ideia de que #somostodosmacacos. Será mesmo que a ideia é lutar contra o preconceito?

Ninguém que sofre diariamente e luta contra o preconceito racial diria uma expressão destas. Basta dar uma olhada nos movimentos negros no Brasil e qual foi a postura deles frente a esta campanha. Umas delas foi compartilhar a #somostodoshumanos.
Para pensar um pouco mais basta dar uma olhada no site da campanha (#somostodosmacacos) e verificar o preço da camiseta.

Não quero defender que cada um fique no "seu quadrado", mas que as fronteiras sejam quebradas realmente e a lógica seja de cooperação e não de exploração. Afinal de contas #somostodoshumanos e como tais devemos ter os mesmos acessos, seja a cultura, seja a saúde, seja a educação, seja ao lazer, seja a arte.

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