Espaço Educação: Copa do Mundo liberta ou aprisiona?

por Juliano Carrer

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Chegamos na reta final. Nessa semana inicia a Copa do Mundo de Futebol. Eita! Quanta alegria né? Ou não? Confesso que no meu peito existem duas forças. Uma que me faz lembrar das copas anteriores, nas quais os amigos e a família se juntavam para assistir aos jogos. E isso me dá muita saudade. Lembro da Copa de 94, quando eu tinha cerca de 10 anos... Nossa!!! Quando o Brasil ganhou a gente saiu na rua e eu não me esqueço, a rua já estava cheia... Que lembrança feliz.

Mas confesso também que hoje com a consciência que tenho, vendo a lógica presente nos jogos e a "quadrilha" que envolve todo esse universo do futebol (e tantos outros esportes) me sinto um tanto quanto não patriota em simplesmente curtir esse momento. Outro fator que é preciso analisar é o que vai rolar durante a copa, desde o cenário político até o social.

Não deixa de ser o "pão e circo" da modernidade em que nos esquecemos dos reais problemas que vivenciamos. A verdade é uma só: Os investimentos que são feitos "no povo" aqui no Brasil e em qualquer parte do mundo de maneira geral servem para aliená-lo ainda mais e não para transformar a realidade. Movem-se montanhas pela Copa, discute-se a criação de leis para proteger a Copa, coloca-se o exército nas Ruas pela Copa, gasta-se muito dinheiro pela Copa... Mas e pela educação? E pela Saúde?...

"Hospitais bem equipados? Nunca serão! Nunca serão! Nunca serão!

[...]

Todos alfabetizados? Nunca serão! Nunca serão! Nunca serão!"

Gabriel O Pensador

A mídia cria todo um aparato pela Copa. E pelas lutas reais do povo pouco faz, e quando o faz na sua maioria tem interesses políticos partidários. Mas investir na Copa dá dinheiro, traz um retorno e tanto... E investir no povo leva a que? Leva à libertação dele, leva a ele querer dignidade, leva a ele querer mudar o próprio mundo e talvez isso não seja interesse de alguns.

É o velho/novo pão de circo de sempre... E a gente fica assistindo como plateia enquanto os verdadeiros protagonistas de tudo o que acontece ficam na surdina, se divertindo com a nossa ignorância.