Espaço Educação: Falta de tempo ou tempo que falta?

por Juliano Carrer

- cocalcomunitario@gmail.com

Ao longo do ano são vários os momentos que servem de parada para refletirmos nossas vidas. Temos o dia da consciência negra, dia da independência, dia da bandeira, dia das mães, dia..., dia... Sem contar outros períodos geralmente religiosos que são mais longos como a quaresma, na igreja católica. Mas paramos para refletir nesses períodos? Vou além disso, que período da nossa semana a gente separa para refletir a Vida?

Hoje olhava rapidamente para as estrelas e pensei: a quanto tempo não paro para curtir elas?

Imaginei até um diálogo com uma outra pessoa ao longo da semana. Nesse diálogo a pessoa marcava uma reunião à noite e eu respondia que não poderia ir. A pessoa rapidamente pergunta o porquê. E eu respondo que teria um compromisso comigo mesmo, que iria admirar as estrelas.

Companheiros, leitores e leitoras, o que vocês pensaram ao ouvir essa história?

Acharam uma atitude adequada? Ou a acharam absurda?

Ouvi há alguns dias atrás que a humanidade está evoluindo e que cada vez mais nos tornamos melhores. Não chego a discordar disso, mas é preciso que incluamos mais tempo em nossos dias para refletir nossa vida, caso contrário estaremos à disposição das tendências existentes.

E a tendência atual não é separar tempo para descansar, muito menos para refletir. Quanto mais ocupados estivermos melhor, na lógica existente. Há muito tenho ouvido (desde que iniciei no magistério) que tinha que aproveitar agora que era novo e pegar o máximo de aulas. Ninguém disse assim: Olha Juliano aproveita para fazer exercício, para descansar, para meditar, para dormir... O que me surpreende é que muitos destes que dizem que eu devo aproveitar, que sou novo para trabalhar, mesmo perto de se aposentarem, continuam trabalhando muito.

O tempo nos falta? Ou não separamos tempo?

Na próxima coluna quero trazer uma proposta concreta para vocês de um instrumento para ajudar nisso: Planejar a Vida.

"Dessa forma, eu digo: não deixe de fazer algo que gosta devido a falta de tempo.
A única falta que terá será desse tempo que infelizmente não voltará mais."
Mário Quintana