por Ana Lúcia Pintro
A OBMEP (Olimpíada de Matemática das Escolas Públicas) - é uma iniciativa dos ministérios da Ciência e Tecnologia (MCT), da Educação (MEC), do Instituto Nacional de Matemática Pura e Aplicada (Impa/MCT) e da Sociedade Brasileira de Matemática (SBM).
Em 2012 aconteceu a sua oitava edição atingindo quase a totalidade das escolas públicas brasileiras. Essa olimpíada já é a maior do mundo! Para a primeira fase foram inscritos 19.166.371 alunos em 46.728 escolas. A participação dos municípios brasileiros já atingiu a marca de 99,46%.
Os alunos que participam da segunda fase da Olimpíada de Matemática concorrem, em nível nacional, a 500 medalhas de ouro, 900 medalhas de prata, 3,1 mil medalhas de bronze, 4,5 mil bolsas de Iniciação Científica (bolsa de estudos) e a 46,2 mil Menções Honrosas.
O estado de Santa Catarina foi premiado com 19 medalhas de ouro, 32 medalhas de prata e 124 medalhas de bronze. Um total de 1.707 alunos catarinenses recebera Menção Honrosa. Minas Gerais e São Paulo são os estados mais premiados do Brasil.
A região da Amrec recebeu 49 menções honrosas (18 a mais que no ano passado). Em oito edições da OBMEP recebemos apenas duas medalhas de bronze: o aluno Rafael Vieira Jeremias, do Colégio Lapagesse, foi premiado em 2009 e o aluno Diego Dagostin Frasson, da EMEF Tranqüilo Pisseti, do município de Içara foi premiado em 2010.
Comparei com outros municípios catarinenses como Blumenau (95 menções honrosas e quatro medalhas), Concórdia (17 menções honrosas e nenhuma medalha), Florianópolis (64 menções honrosas e nenhuma medalha), Joinville (233 menções honrosas e 22 medalhas), Lages (10 menções honrosas e nenhuma medalha) e Chapecó (30 menções honrosas e cinco medalhas).
Obviamente, teríamos que levar em consideração o número de alunos inscritos em cada município, para sermos mais rigorosos nas avaliações: no entanto, a maioria das escolas participou e esses dados nos ajudam a verificar as cidades que mais se destacam e aquelas que precisam refletir ainda mais sobre sua prática pedagógica e buscar recursos que realmente garantam a aprendizagem do aluno.
Minha pesquisa é simples e limitada, não tem a pretensão de avaliar detalhadamente o ensino de matemática. Quero compreender, um pouco mais, como está a situação do ensino de matemática na região sul catarinense. Fiquei muito impressionada com esses dados que observei em relação a Joinville e Blumenau. Gostaria de saber mais sobre a Educação daquela cidade porque certamente temos muito a aprender com seus educadores.
O município de Criciúma recebeu 36 Menções Honrosas: 23 a mais que no ano passado, quase o triplo! Tivemos outros municípios da Amrec premiados com menções honrosas: Cocal do Sul (6), Lauro Muller (1), Nova Veneza (3) e Urussanga (2). Infelizmente os municípios de Forquilhinha, Içara, Morro da Fumaça, Orleans, Siderópolis e Treviso não conquistaram nenhuma premiação. Também houve casos de escolas públicas estaduais que não aplicaram as provas devido à greve do magistério.
Mudar essa realidade não e nada fácil! São inúmeros fatores que interferem, como: o descaso dos pais com a Educação dos filhos, o desinteresse dos estudantes pela própria aprendizagem, os recursos multimídias mais atrativos que as atividades escolares, a falta de cursos de formação com foco em recursos que ajudem os professores a buscar a eficiência, a carga excessiva de trabalhos de alguns professores, o descaso do poder público com a Educação e não podemos negar que há diversos casos de incompetência profissional.
Não devemos omitir nossas angústias e dúvidas se desejarmos transformar a sociedade em que vivemos e que grita por inovações. Muito menos cruzar os braços e reclamar! Temos também que comemorar os pequenos avanços e acreditar que dá pra fazer muito mais pelo ensino da matemática.
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