segunda-feira, 10 de março de 2014

Espaço Educação: Vestibular – prova... de um crime!

por Juliano Carrer
 - cocalcomunitario@gmail.com

Há algumas semanas se encerrou uma enquete no Cocal Comunitário sobre o que seria essencial ser ensinado na escola. O resultado está logo abaixo com o percentual de pessoas que selecionou cada opção:
Conteúdos ligados às provas de seleção (vestibular) - 10,00%
Conteúdos ligados ao dia a dia da pessoa - 33,33%
Ambos - 56,67%

Se entendermos que alguns alunos almejam ingressar no Ensino Superior temos então que considerar que para estes o vestibular/ENEM (ou outro método de ingresso) fazem parte de suas vidas.

Defendo que a escola esteja a serviço da vida das pessoas e, como tal, ajude inclusive a perceber e a mudar as lógicas perversas que existem.

Ao lermos a LDB (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional) ou os Parâmetros Curriculares Nacionais vemos com clareza que não existe uma delimitação de conteúdos que devem ser ensinados, mas sim competências que se deve ajudar aos educandos se desenvolverem. Isto permitiria uma maior liberdade no que ensinamos, trazendo a tona temas mais ligados à vida de nossos educandos.

Mas o próprio MEC assume sua incoerência quando aplica o ENEM, Prova Brasil..., dentre outras avaliações de desempenho em nível nacional. Porque incoerência? Porque as provas são idênticas em todo o Brasil! Se eu optar por trabalhar com os alunos da nossa região conteúdos e informações mais ligadas a nossa realidade e outro professor no Amazonas fazer o mesmo é obvio que os acertos serão diferenciados, pois apreenderam coisas diferentes.

Por isso não basta apenas dizer que as coisas são assim e pronto, ou seja, dizer que não podemos fugir do ensino voltado para essas provas de desempenho. É preciso perceber o desrespeito que estas provas cometem por seu objetivo (talvez único) de querer comparar seres humanos que possuem conhecimentos diferenciados. E a partir desta percepção iniciamos aos poucos uma mudança de lógica.

Ensinar para a vida e lutar para que a competição seja retirada da escola.

Todos/as deveriam ter direito a acessar o Ensino Superior se assim desejassem. E se não tem vaga por enquanto para todos, como dizia Rubens Alves em uma palestra que eu vivenciei, “seria mais justo se as vagas fossem sorteadas entre os interessados”. Assim ficaríamos livres do domínio dos vestibulares e os alunos não sofreriam tanto a pressão. É um crime o que fazemos com essa gurizada quando os atormentamos demasiadamente com toda essa lógica.

Um comentário:

  1. Muito importante ter esta visao. Pena nem todos os educadores pensar assim. Pra ter um futuro decente os jovens precisam aprender conteúdos para a vida e não focar no vestibular.

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