por Rodrigo Szymanski
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“Não é por rosas, é pelo direito das mulheres” me falava este dia uma amiga. E como nos últimos anos aumenta o número de “propaganda” para presentear uma mulher. Ganham as floriculturas, as perfumarias e os presentes em geral. Mas é este o sentido do dia das mulheres? Parece-me que não.
Vamos ver um pouco da história para entender o inicio deste dia 8 de março. Um deles é as manifestações das mulheres russas por condições dignas de vida e trabalho. Estas mulheres também se puseram contrarias a Rússia czarista na 1º Guerra Mundial. Outro fato importante: “foi as 129 tecelãs da Fábrica de Tecidos Cotton, em Nova Iorque, paralisaram os trabalhos pelo direito a uma jornada de 10 horas, na primeira greve norte-americana conduzida unicamente por mulheres. Violentamente reprimidas pela polícia, as operárias, acuadas, refugiaram-se nas dependências da fábrica. No dia 8 de março de 1857, os patrões e a polícia trancaram as portas da fábrica e atearam fogo. Asfixiadas, dentro de um local em chamas, as tecelãs morreram carbonizadas”, retirado do texto Carmen Lucia Evangelho Lopes, e tantas outras histórias que marcam as lutas das mulheres.
Agora me diga, dia das mulheres simboliza o sexo frágil? A delicadeza? A meiguice? Ou dia de resistência e conquistas? As mulheres não precisam de flores, deixe as flores nos jardins, dê as mulheres respeito, dignidade, igualdade.
Vejamos alguns motivos para mudar nossos atos e respeitar as mulheres. No Brasil, segundo dados do Ipea, “entre 2009 e 2011, registrou 16,9 mil feminicídios, ou seja, mortes de mulheres por conflito de gênero, especialmente em casos de agressão perpetrada por parceiros íntimos. Esse número indica uma taxa de 5,8 casos para cada grupo de 100 mil mulheres”. Destes 61% dos óbitos foram de mulheres negras.
Outros fatores que ocorrem todos os dias e tratamos como normal: mulheres são “estupradas”, violentadas sexualmente, e se escuta coisas do tipo “mas ela estava na rua a noite”, “mas ela estava usando roupa curta”. Usar roupas curtas e estar na rua é motivo de violentar uma mulher?
Nas baladas, quantas mulheres são puxadas pelo cabelo, pelo braço, abraçada e beijada a força por “zoeira”. Alguns homens são idiota ao ponto de não entender que não é não.
Mulheres ainda ganham salários inferiores aos homens, mesmo cumprindo tarefas iguais. Quantos empresários pensam duas vezes antes de contratar uma mulher por que “ela pode engravidar e ficar cerca de cinco meses fora do trabalho”, quantas empresas ainda na entrevista perguntam sobre a maternidade? Mulheres têm o direito de ser mãe e ter uma vida profissional.
Ainda hoje se divide na infância as “brincadeiras” de meninos e meninas, preparando para vida.
Quantas vezes dizem que mulheres que lutam são feministas, envolvidas em política ou com esporte, e que fazem isso por não gostar de “homem”.
Neste dia internacional das mulheres, nós, do Cocal Comunitário, desejamos uma data de resistência e luta, de conquista e respeito, de amor e liberdade.
Linda é toda mulher que luta, que vive, que sonha, linda não é aquela mulher das propagandas de televisão e novela.
A todas as mulheres, hoje não desejamos os parabéns e rosas, desejamos se levantar juntos na luta pela igualdade e respeito. Pelo direito de ser mulher sem o domínio de uma sociedade machista.
#VivaALutaDasMulheres #ChegaDeMachismo #ChegaDeViolênciaContraAsMulheres
Parabéns ás mulheres que lutam pelos seus direitos e da sociedade toda, ás que deixam a luta da sua vida privada para defender os direitos coletivos. Reconhecimento de um simples homem.
ResponderExcluirAbraço