terça-feira, 20 de novembro de 2012

Consciência negra para que?

por Rodrigo Szymanski

Celebramos neste dia 20 de novembro o Dia da Consciência Negra, data comemorativa do mártir da liberdade Zumbi de Palmares. No ano de 1695 morreu Zumbi, líder do Quilombo dos Palmares e organizador da resistência dos escravos, que buscava a libertação deste povo roubado de sua terra mãe e de suas culturas.

Somos herdeiros de um país escravocrata e por isso possuímos uma carga de dívida com o povo de origem afro. Na verdade somos todos afros descentes, pois os estudos arqueológicos mostram que a humanidade nasceu na África.

Precisamos ter consciência negra, como explica em um artigo a militante das causa negra Nilma Bentes, “Ter consciência negra, significa compreender que a luta contra o racismo, não é uma luta somente dos negros e sim de toda a sociedade que se quer livre, pois não há sociedade livre onde exista racismo”.

Ainda hoje os descendentes afros sofrem com o racismo e o pré-conceito. Ocupam ainda uma parcela dos menos favoráveis na sociedade. Ainda é pequeno o número de negros em cargos estratégicos da sociedade. Em questões religiosas, as religiões de matrizes afros sofrem com perseguições de fundamentalistas religiosos principalmente os neopentecostais.

Um avanço que deve ser louvado é a abertura de cotas nas universidades para negros e outras políticas públicas afirmativas, pois ainda o maior número de homicídios ocorre entre jovens negros.

Precisamos ainda lutar contra o racismo, muito presente em nossa região com piadas de cunho moral. Uma boa ação é não fazer mais piada e não achar graça de algo que não tem graça mesmo. Precisamos criar uma sociedade de tolerância e igualdade racial, social e cultural!

Somos todos Zumbi de Palmares! Somos todos negros!

Para refletirmos melhor, uma musica: Negro Nagô




1. Eu vou tocar minha viola, eu sou um negro cantador.
O negro canta deita e rola, lá na senzala do Senhor.

Dança aí negro nagô (4X)

2. Tem que acabar com esta história de negro ser inferior.
O negro é gente e quer escola, quer dançar samba e ser doutor.

Dança aí negro nagô (4X)

3. O negro mora em palafita, não é culpa dele não senhor.
A culpa é da abolição que veio e não o libertou.

Dança aí negro nagô (4X)

4. Vou botar fogo no engenho aonde o negro apanhou.
O negro é gente como o outro, quer ter carinho e ter amor.

2 comentários:

  1. acho as cotas para negros, criada para a entrada nas universidades uma forma de racismo, pois as chances de cursar uma faculdade deve ser a mesma para todas.
    abraços

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  2. Também acho que as chances de cursar uma faculdade deveria ser a mesma para todos. Por isso mesmo, a necessidade das cotas. Você acha que os negros estão em pé de igualdade social em relação aos brancos para disputar uma vaga. O problema no vem antes do ingresso à uma faculdade. A desigualdade social, de renda, é que provoca isso. Não a cor da pele. Não significa dizer que o negro tem uma capacidade menor de aprendizagem e que merece uma chance, um empurrãozinho para poder entrar, isso sim seris racismo, mas ao contrário, criar as cotas significa no meu modo de ver um reconhecimento da exclusão social a que eles foram submetidos historicamente ao longo dos séculos.

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