por Juliano Carrer
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Certa vez quatro amigos andavam pela cidade festejando. O plano inicial era apenas ir a uma lanchonete comer e beber algo. Conversa vai, conversa vem e um deles propõe ir a uma boate e pagar para uma prostituta dançar para eles. Um propôs, dois se empolgaram e um disse que deixassem ele em casa, pois não se sentia bem com essa proposta.
História verídica ou não, a questão é a banalização com que tratamos esse assunto. Em muitas rodas de homens, contar uma história em que se pagou uma prostituta não é tema absurdo. Agora questionar o porquê desse ato é estranho e tratado com desdém.
Posso parecer insistente, mas não consigo deixar de dizer, tem toda uma lógica por trás dessa prática. E a principal vítima é a prostituta, a mulher. Quando naturalizamos o machismo, onde o homem é superior à mulher, estamos incentivando muitas coisas, inclusive a prostituição. Tratar a mulher como inferior e subjugada ao homem é dizer que este pode fazer o que bem entender com ela, inclusive tratá-la como se fosse mercadoria.
É muito comum mulheres se sentirem abismadas com as mulheres que vendem seus corpos. O que chama a atenção é não terem a mesma reação contrária aos seus maridos quando as tratam como inferiores, quando as tratam como as únicas responsáveis pela limpeza da casa, por fazer a comida, pela educação dos filhos... A questão é que tanto a mulher, que se deixa subjugar, e o homem, que a subjuga, possuem parcela de culpa na prostituição.
Se achamos normal uma esposa se submeter ao marido, porque não acharíamos normal uma mulher submeter seu corpo a vários homens?
Ser contra a prostituição é antes de tudo ser contra o machismo.
O que tem aver o cara solteiro que vai la e paga pa da umazinha e cara casado com sua mulher em casa!!! aaahhh ponham-me por favores.
ResponderExcluirClaro que a discussão que uma coluna possui tem limites... e acabei priorizando a reflexão a partir do homem/mulher casados...
ResponderExcluirMas os solteiros quando assim o fazem continuam contribuindo para a lógica de que a mulher é mercadoria e como tal podemos ter controle sobre ela.