por Rodrigo Szymanski
- cocalcomunitario@gmail.com
Quem aqui nunca levou umas boas
palmadas? E como é gostoso apanhar, a sensação de sentir a mão de um adulto que
chega com vontade no bumbum, ou nas mãos, ou no rosto. E após aqueles tapas
edificantes, seja da mãe, do pai, de um irmão/ã, de um tio/a etc, sentir
moralmente a lembrança da aula que teve sobre como ser um ser humano melhor. Quanto
mais novo, mais edificante as palmadas. E aquela marca vermelha de dedos que
ficam como tatuagem na pele? Ahhh, vai dizer que você nunca chegou orgulhoso
para os amiguinhos e mostrou os hematomas e disse: “veja aqui, hoje aprendi uma
grande lição, nunca vou apanhar na rua e da polícia agora”.
Sim, eu sei que isso é um horror,
mas parece que é como deveria ser, já que para maioria das pessoas “um tapinha não dói” ou
mesmo “são palmadas que educam”. Sim, um tapinha dói, talvez um tapinha possa
educar, educar pelo medo. É claro que se a criança levar um tapa ela não vai
repetir aquilo (ou vai), pois sofreu uma correção física, como sabemos disso? Os
animais podem ser educados deste jeito. Ahhhhhhh, é inadmissível quaisquer maus
tratos com os animais. Mas com criança podemos educar pela lei da violência.
Aqui já sei que tem leitores
pensado, “o filho é meu, eu educo como eu quiser”. Correto, os pais possuem o
sagrado direito de educar seus filhos, porém não possuem direito de usar de violência,
agressões física, vexames morais ou castigos cruéis. Ou então dirão: “eu apanhei
e sou um cidadão de bem”, ora pois, não estamos em uma barbárie. Não vou
condenar os antepassados por terem batidos em seus filhos, mas é muito provável
que aquela era a única forma de educação que conheciam.
O projeto da Lei da Palmada
altera o ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) e estabelece que “a criança
e o adolescente têm o direito de serem educados e cuidados sem o uso de castigo
físico ou de tratamento cruel ou degradante, como formas de correção,
disciplina, educação ou qualquer outro pretexto, pelos pais, pelos integrantes
da família ampliada, pelos responsáveis, pelos agentes públicos executores de
medidas socioeducativas ou por qualquer pessoa encarregada de cuidar, tratar,
educar ou proteger”.
Vamos pensar juntos, o que você acha
de “dar umas palmadas” em um idoso que já perdeu a total consciência, e às
vezes faz coisas injustificadas. E sabemos que existem idosos que são muitíssimos
“teimosos”, desobedientes e precisam de muita paciência para ser compreendidos
e por que não “educados”? Sobre o que você pensa no direito do marido de bater
em sua esposa? Não estou falando em surra e sim em em uns “tapas” para educar elas
quando não aceitam o que o marido manda...(que fique claro, sem violência contra idosos e mulheres)
Somos a favor da violência contra mulheres e idosos?
Somos a favor da violência contra mulheres e idosos?
Se palmada educa e resolve os
problemas. porque não liberar para que os professores retornem métodos antigos da palmatória para
educar e ensinar as crianças? Aceitamos isso?
Não estou dizendo como educar seus
filhos, pois não sou pai. Sou um educador que convive com crianças e adolescentes
e sabe o quão difícil é... Porém acredito que o diálogo e o amor nunca passaram
pela necessidade da força física ou dos abusos morais.
Uma palmada mostra sua
incapacidade de dialogar com seu filho. A criança vai sim crescer com a crença
de que a violência pode resolver todos os problemas.
#PalmadaNão
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