quarta-feira, 28 de maio de 2014

Opinião: Pelo sagrado direito de usar a violência para educar meus filhos

por Rodrigo Szymanski 
- cocalcomunitario@gmail.com
Quem aqui nunca levou umas boas palmadas? E como é gostoso apanhar, a sensação de sentir a mão de um adulto que chega com vontade no bumbum, ou nas mãos, ou no rosto. E após aqueles tapas edificantes, seja da mãe, do pai, de um irmão/ã, de um tio/a etc, sentir moralmente a lembrança da aula que teve sobre como ser um ser humano melhor. Quanto mais novo, mais edificante as palmadas. E aquela marca vermelha de dedos que ficam como tatuagem na pele? Ahhh, vai dizer que você nunca chegou orgulhoso para os amiguinhos e mostrou os hematomas e disse: “veja aqui, hoje aprendi uma grande lição, nunca vou apanhar na rua e da polícia agora”.
Sim, eu sei que isso é um horror, mas parece que é como deveria ser, já que para maioria das pessoas “um tapinha não dói” ou mesmo “são palmadas que educam”. Sim, um tapinha dói, talvez um tapinha possa educar, educar pelo medo. É claro que se a criança levar um tapa ela não vai repetir aquilo (ou vai), pois sofreu uma correção física, como sabemos disso? Os animais podem ser educados deste jeito. Ahhhhhhh, é inadmissível quaisquer maus tratos com os animais. Mas com criança podemos educar pela lei da violência.
Aqui já sei que tem leitores pensado, “o filho é meu, eu educo como eu quiser”. Correto, os pais possuem o sagrado direito de educar seus filhos, porém não possuem direito de usar de violência, agressões física, vexames morais ou castigos cruéis. Ou então dirão: “eu apanhei e sou um cidadão de bem”, ora pois, não estamos em uma barbárie. Não vou condenar os antepassados por terem batidos em seus filhos, mas é muito provável que aquela era a única forma de educação que conheciam.  
O projeto da Lei da Palmada altera o ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) e estabelece que “a criança e o adolescente têm o direito de serem educados e cuidados sem o uso de castigo físico ou de tratamento cruel ou degradante, como formas de correção, disciplina, educação ou qualquer outro pretexto, pelos pais, pelos integrantes da família ampliada, pelos responsáveis, pelos agentes públicos executores de medidas socioeducativas ou por qualquer pessoa encarregada de cuidar, tratar, educar ou proteger”.
Vamos pensar juntos, o que você acha de “dar umas palmadas” em um idoso que já perdeu a total consciência, e às vezes faz coisas injustificadas. E sabemos que existem idosos que são muitíssimos “teimosos”, desobedientes e precisam de muita paciência para ser compreendidos e por que não “educados”? Sobre o que você pensa no direito do marido de bater em sua esposa? Não estou falando em surra e sim em em uns “tapas” para educar elas quando não aceitam o que o marido manda...(que fique claro, sem violência contra idosos e mulheres)

Somos a favor da violência contra mulheres e idosos?
Se palmada educa e resolve os problemas. porque não liberar para que os professores  retornem métodos antigos da palmatória para educar e ensinar as crianças? Aceitamos isso?
Não estou dizendo como educar seus filhos, pois não sou pai. Sou um educador que convive com crianças e adolescentes e sabe o quão difícil é... Porém acredito que o diálogo e o amor nunca passaram pela necessidade da força física ou dos abusos morais.
Uma palmada mostra sua incapacidade de dialogar com seu filho. A criança vai sim crescer com a crença de que a violência pode resolver todos os problemas.

#PalmadaNão

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