por Rodrigo Szymanski
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Esta semana muitos ficaram
indignados com a morte de uma mulher em São Paulo. Foi assassinada pelo povo
que acreditava ela ser o sujeito de um retrato falado de um jornal, que
noticiou o sequestro de crianças para atos de magia negra. Quem matou esta
mulher? (não somente ela, pois foram três mortes por linchamento este final de
semana). Dirão que o povo matou, sim, aquelas pessoas mataram, e sujaram suas
mãos com sangue inocente. Mas o estado matou aquela mulher quando permitiu a ausência
de políticas públicas de segurança. Quando permite uma policia despreparada e
truculenta, quando permite a pobreza, a miséria e a péssima qualidade
educacional.
A jornalista Raquel Sheherazade, do
SBT, quando disse em rede nacional que: “O que resta ao cidadão de bem, que,
ainda por cima, foi desarmado? Se defender, claro! O contra-ataque aos bandidos
é o que eu chamo de legítima defesa coletiva”, incentiva loucamente o desejo de
uma sociedade sanguinária e violenta. E nós faz pensar, quem são estes "cidadão
de bem" que não conseguem ver humanidade nas outras pessoas?
Já não importa se a vítima é
mesmo culpada, já não importa se estamos matando sem provas, sem julgamento,
sem defesa. As (In)justiça com as próprias mãos anula o direito de todos os
cidadão. Legitima defesa é o ato de se defender quando se é atacado, agora
linchamento coletivo é o crime de agir na barbárie. Diz o filosofo Karl Marx, “O
moinho de castigos re-emergiu outra vez dentro da civilização. A barbárie
reaparece, mas criada no regaço da própria civilização e pertencendo-lhe,
portanto barbárie leprosa, uma barbárie que é a lepra da civilização”. Nossa sociedade se encontra doente, leprosa.
De qual civilização estamos falando? Quando
não conseguimos ser humanos em ver humanidade nas outras pessoas?
A barbárie se instala quando acima
de tudo uma classe social, uma raça, uma cor de pele são tidos como os únicos
causadores de morte. E não busco aprofundar para entender onde está o problema.
A violência, a barbárie são criação do sistema capitalista em que vivemos.
Enquanto existir exploração, opressão, divisão; estamos condenados a morte e ao
fim da humanidade.
Mas, e eu, o que faço pela paz e
pela não violência???
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