segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

Espaço Educação: ArtEducar

colaborador Juliano Carrer
 - cocalcomunitario@gmail.com
Imagem: www.oinoisaquitraveiz.com.br
"Onde? Ação nº 2" do grupo Ói Nóis aqui Traveiz.

Ao participar do FME (Fórum Mundial de Educação) fui em busca de reflexões que me ajudassem na realidade enquanto professor do Ensino Médio. Mas a ajuda alcançou outros limites. Parte deste alcance se deve a uma das essências do FME, que educar vai além da sala de aula. Educação acontece em todos os espaços que podemos imaginar, na escola ou no shopping aprendemos algo.

Outra essência presente era a necessidade de que a educação deve ser mais que a transmissão de conhecimentos A educação deve estar a serviço da transformação da realidade ajudando as pessoas a enxergarem a lógica dominante e a lutarem contra ela.

Citando Paulo Freire, "O mundo não é, o mundo está sendo". Significa que podemos sim construir um outro mundo, uma nova sociedade. E o FME vem com este intuito.

Mas o que mais me cativou foram as apresentações culturais. Como é impressionante a capacidade que a arte tem de mexer com a gente. Faço destaque aqui a duas apresentações dentre tantas que houveram (dança, música, encenações). A primeira da Tribo de atuadores Ói Nóis aqui Traveiz, chamada "Onde? Ação Nº2" na qual ao ver aquelas mulheres com suas cadeiras vazias gritando nomes dos desaparecidos pela ditadura fiquei muito mobilizado. A segunda "Os Sinos da Candelária", realizado por uma gurizada show de bola, que refletia a vida dos meninos de rua, particularmente daqueles mortos na chacina da Candelária.

Pensei por um instante da possibilidade de que minhas aulas fossem tão mobilizadoras quanto essas apresentações... A arte de educar. Assim como uma orquestra precisa de tempo e técnica para uma boa apresentação os professores/educadores também o precisam.

Atualmente a escola não é espaço de arte e sim espaço de adaptação. É preciso ir contra isso e construir uma nova escola, que crie e recrie, que mobilize para a construção de um mundo diferente.

Um comentário:

  1. Juliano, foi pensando nisso que pensei: "Não posso iniciar o ano ensinando matemática!" Quero alunos que sejam bons em matemática e que a saibam usar pelo bem da humanidade. Ainda não planejei direito como, mas vou relacionar as mortes das crianças na Turquia (20 por dia no ano passado) com as mortes do crack no Brasil...

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