por Juliano Carrer
- cocalcomunitario@gmail.com
Faço um convite, caro leitor, para que você imagine a história que vou contar. Tente perceber quem são os personagens que você adiciona, quem são as pessoas que estão fazendo cada detalhe.
Bom, vamos a história. Imagine que aqui em Cocal existem agrupamentos de pessoas que se reúnem semanalmente para conversar, para amadurecer a fé, para aprofundar temas polêmicos, para compartilhar a Vida. Entretanto, cada agrupamento deste de pessoas não consegue viver limitado as experiências do seu bairro e desejam conhecer outras experiências e compartilha-las. Decidem então se reunir com representantes de cada um desses grupos de pessoas e organizar um encontro entre todos. Surge a ideia de se fazer durante uma semana (de segunda a sexta) encontros entre as comunidades e, para isso a, cada dia se reuniriam em uma das comunidades. Sendo assim, caberia a esta comunidade recepcionar aqueles que viriam e também de conduzir o encontro.
Mas, como que as pessoas podem se deslocar até todas as comunidades se nem todos possuem carros. A solução foi encaminhar uma carta para a prefeitura solicitando ônibus para a tal semana. E inicia a semana, cada dia as pessoas conhecem uma realidade diferente. É encantador, pois em nenhuma comunidade foi chamado especialistas para falar. As próprias comunidades conduzem as palestras (estudam muito para isso), fazem teatro, rezam... E, ao final, claro que tem aquele lanche carinhosamente preparado.
A semana termina e todos já anseiam pela próxima semana que será realizada no próximo ano. Todos se enchem de experiências, de vivências, e isso ajuda muito na vida de cada comunidade, não tem quem discorde disso que eu falei. Fim da história.
E aí, quem eram as pessoas que você imaginou na história? Você se viu nela? Imaginou pessoas próximas a você? Quem você imaginou realizando todas essas atividades?
Como diria Renato Teixeira: "Cada um de nós compõe a sua história. Cada ser em si carrega o dom de ser capaz". E nessa minha história de vida tive experiências que foram só minhas, únicas no milagre da Vida, mas também tive experiências que compartilhei com outras pessoas. É partindo dessas vivências que gostaria de continuar meu texto com vocês.
E para começar queria declarar meu amor pela PJ (Pastoral da Juventude). Para quem não conhece, se trata de uma organização dentro da igreja católica. Longe de mim querer defender uma igreja ou outra, uma organização ou outra, quero sim é falar daquilo que vivi e das belezas que fui percebendo.
E nada melhor do que depois de ter escrito sobre as diferentes visões que temos com relação aos jovens de apresentar uma organização praticamente juvenil. Na PJ são os jovens que conduzem a caminhada e os poucos adultos existentes apenas acompanham. Um acompanhamento de se fazer pensar, não de dizer como tem que ser feito. E assim me lembro da minha experiência enquanto jovem participante de um grupo de jovens da PJ.
Mas que relação a história que eu pedi que imaginassem tem a ver com a PJ. Bom a semana de que eu falei era a Semana da Juventude, organizada pelos grupos de jovens de Cocal. E acreditem, os adultos eram coadjuvantes. Quem conduzia, quem decidia os temas que trabalharíamos, quem foi até a prefeitura, quem se reuniu com as comunidades, foram os jovens. Na época tínhamos de 14 a 17 anos.
Estarei mais esperançoso se ao imaginarem a história nela existiam jovens. Mas temo que nas nossas imaginações na maioria são os adultos que aparecem quando as atividades são críticas, organizadas, sérias.
Onde imaginamos os jovens? Acreditamos que eles são sujeitos de direitos? Acreditamos que eles podem ser sérios, responsáveis? Acreditamos em uma juventude capaz de compor a sua história e de ser feliz?
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