domingo, 8 de setembro de 2013

Opinião: Independência é o Povo feliz...

por Rodrigo Szymanski 
- cocalcomunitario@gmail.com

O 7 de setembro é muito mais do que um desfile cívico, com tradição herdada dos tempos de ditadura militar. Preza-se pela ordem dos que marcham. Pela ordem dos cidadãos. Mas se pergunta, qual a ordem que esta posta? Para muitos hoje se vive um saudosismo dos tempos idos (e que nunca volte) da padronização e da organização diante das autoridades.

Não é um mau, ou algo “diabólico” os desfiles. Em cidades como as nossas nem se presa por algo tão “militar”, muitas vezes até se torna espaço de apresentações. Mas surgem perguntas como: os alunos desejam marchar? Qual o sentido do desfile? É apresentado aos que estão ali marchando o porquê disso?

Como disse não é mau, ou uma prática de manipulação, o desfile. Falo do simbólico imaginário que traz a tona os 7 de setembro. Primeiro porque a independência não foi um ato tão de independência. Segundo, pelo ainda restos de história tenebrosa da ditadura militar, algo que precisamos vencer. Vejamos que nas manifestações de junho muitas pessoas pediam pela volta dos militares... Um absurdo sem precedente!

Quero lembrar alguns anos atrás, quando Cocal realizava em todo 7 de setembro o Grito dos Excluídos. Organizado prioritariamente pela Pastoral da Juventude e outras pastorais da Igreja Católica. Todos os anos com tema e lema definido e bandeiras assumidas, por vários anos até mesmo no 7 de setembro se celebrava a missa do “grito dos excluídos”. Os “bons de memória” devem lembrar do caixão escrito corrupção, das entregas de folhetos, do pessoal acorrentado, das assinaturas de plebiscitos (contra ALCA, pela estatização da Vale do Rio Doce, etc.).

E destas, a mais memorável, a manifestação que fomos proibidos de desfilar pelo secretario de Educação da época, o qual me disse: “este ano não haverá grito, será um resgate do civismo”. Com um grupo de 20 pessoas entramos no desfile com faixas e megafone nos manifestando, com uma cartazes “isso não Vale queremos participação no destino no município” e “tentaram nos calar”.

Agora explico minhas críticas a este Civismo que se prega. Bem, o grito dos excluídos tem como manifestação a defesa de direitos populares, ligados a movimentos sociais de bases, a questionamentos políticos profundos, de pedido de reforma política, de um estado menos opressor, de estruturas de participação, etc. Barrar o grito em nome da ordem do civismo era dizer “como está, está bom, não queremos estas mudanças”.

Não sou contra os desfiles, mas sou contra sim o espírito que talvez assumimos e nem nos demos conta. E finalizo com a letra de um canto dos movimentos popular: “Queremos mais felicidades/No céu deste olhar cor de anil/No verde esperança sem fogo/Bandeira que o povo assumiu/ Amarelos são os campos floridos/As faces agora rosadas/Se o branco da paz se irradia/Vitória das mãos calejadas/A ordem é ninguém passar fome/Progresso é o povo feliz”.


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