quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

Opinião: Barbárie instalada - corrente, negros, violência e os novos "Justiceiros"

por Rodrigo Szymansk
 - cocalcomunitario@gmail.com

Um jovem negro é preso pelo pescoço em um poste no Rio de janeiro. O jovem estava nu. Não somente de roupas, estava despojado de qualquer garantia mínima de direito. Talvez ou quase certeza que irão questionar se existe importância expor a cor do jovem, vítima de um atentado neofascista. Sim, existe muita importância e até mesmo preocupante. Em 2010, o índice de mortes violentas de jovens negros foi de 72 para cada 100 mil habitantes; enquanto entre os jovens brancos foi de 28,3 por 100 mil habitantes. Era jovem, era negro, era favelado, era um “marginal”, mesmo que seja um “fichado” pela polícia, não possui menor importância.

Pergunta que não se quer calar, pelo menos à minha pessoa, quem era aquele jovem? Onde nasceu? Como viveu? Não é possível saber, mesmo que seja, não interessa a opinião pública. Ele é negro e favelado e isso já é uma condenação para que seja punido. “Os justiceiros” sempre membros de classe media e alta que se sentem ameaçados, que julgam suas necessidades ser maiores que a dos outros seres humanos. Esta classe media, que não é negra, é branca e conservadora, é racista e preconceituosa. São jovens da alta elite, que fazem academia para manter a forma física, que provávelmente frequentam a universidade para garantir o status quo. São estes a nova direita fascista opressora e raivosa, os novos defensores da família, da propriedade privada e das tradições. Os mesmos que julgam serem melhores que os nordestinos, os índios, os moradores de ruas os beneficiários da bolsa família.

Vivemos tempos terríveis de ameaça da vida. Onde as contradições do sistema se tornam cada dia mais visíveis. O beijo de um casal gay, em uma novela, foi mais escandaloso que o fato de um jovem ter sido preso pelo pescoço como se ainda fosse uma “peça” em um novo mercado de negros. É liberado como moral a criação de grupo de extermínios em nome da Moral e dos bons costumes de uma sociedade “pura”, neofascista por segregarem a sociedade entre os “herdeiros” de uma sociedade de bem e de posse e os amaldiçoados da periferia.

O artigo Art. 5º da constituição federal garante que “Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: III - ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante”.

Olho por olho e acabaremos todos cegos, diria Gandhi. É preciso cessar o sangue que escorre nas calçadas das periferias. A Juventude quer viver, chega de violência e extermínio de jovens.

6 comentários:

  1. O marginalzinho amarrado ao poste era tão inocente que em vez de prestar queixa contra seus agressores, preferiu fugir, antes que ele mesmo acabasse preso.

    É que a ficha do sujeito – ladrão conhecido na região – está mais suja do que pau de galinheiro.

    Num país que ostenta incríveis 26 assassinatos a cada 100 mil habitantes, arquiva mais de 80% de inquéritos de homicídio e sofre de violência endêmica, a atitude dos “vingadores” é até compreensível.

    O Estado é omisso. A polícia, desmoralizada. A Justiça é falha. O que resta ao cidadão de bem, que, ainda por cima, foi desarmado?

    Se defender, claro!

    O contra-ataque aos bandidos é o que eu chamo de legítima defesa coletiva de uma sociedade sem Estado contra um estado de violência sem limite.

    E aos defensores dos Direitos Humanos, que se apiedaram do marginalzinho no poste, lanço uma campanha:

    “Façam um favor ao Brasil. Adote um bandido!”

    Assista ao comentário em:
    http://www.sbt.com.br/sbtvideos/media/78cf99c94c944d84b854f6b925d908a1/Rachel-fala-sobre-o-adolescente-vitima-de-justiceiros-no-Rio.html

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    1. Quando é o Justin Bieber "os médicos dizem que é normal, que é a sindrome da adolescência... Peguem leve com o Justin, o menino está só crescendo", conforme Rachel Sheherazade diz ao vivo.
      O "astro" é acusado de vandalismo, agressão e muito mais...

      Mas não adianta, quando é negro, jovem e pobre...

      Assistam e comparem a hipocrisia da citação! https://www.youtube.com/watch?v=dI2enm6JB9g#t=65

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    2. Caro Davi; esse tal de Justin, é outro como o pobre guri que foi amarrado no poste, e que faltou a lei da palmada quando criança. Eu também acho uma hipocrisia quando falam em relação a liberdade que deram p/ esse tal de Justin aqui no Brasil. Vê se no USA ele pinta e borda como fez aqui. Lá a lei é diferente. Quando citei o texto de "Rachel Sheherazade" é que esta faltando é leis mais severas no Brasil e que sejam cumpridas. Tanto a lei p/ o pai que não cria seu filho direito como a lei da obrigação do Estado de dar educação digna ao população a qual paga impostos exorbitantes ao seu governo.
      De uma olhada aqui nesse vídeo. https://www.youtube.com/watch?v=BNtGtYdmTm4&feature=youtube_gdata_player

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  2. E para aqueles que apoiam o governo petista segue outra reportagem.

    Ramona, a corajosa doutora dissidente do Projeto Mais Médicos está num beco sem saída!

    Se for deportada para Cuba, será perseguida pela ditadura Castro e poderá ser até presa! Sua filha, médica também, pode sofrer represália.

    Para a pobre doutora cubana não foi um bom negócio clinicar no Brasil. Assinou contrato com uma tal “Sociedade Mercantil Cubana”.

    Ganharia um salário modesto de quase mil reais, mas, chegando ao Brasil, Ramona descobriu que vale menos, bem menos que seus colegas brasileiros, bolivianos, espanhóis...

    Eles ganham R$10 mil para fazer o mesmo trabalho que ela! No caso de Ramona, 70% do fruto do seu trabalho são confiscados pela ditadura cubana e seguem direto para a “Ilha da Fantasia”, caindo nas mãos dos irmãos Castro.

    Não é de hoje que esses tiranos exportam e exploram seus médicos, como feitores de escravos.

    Mas, no Brasil trabalho análogo à escravidão é crime.

    O Ministério Público do Trabalho tem que investigar esse caso! Isso é caso de polícia!!!

    Assista ao comentário em:
    http://www.sbt.com.br/jornalismo/noticias/38945/Rachel-fala-sobre-cubana-que-abandonou-o-programa-Mais-Medicos.html#.UvK_evldX6c

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  3. Espero que publiquem o meu ctrl+c...ctrl+v de Rachel Sheherazade.

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  4. Se há algo de "racista", classista e escrachadamente discriminatório nessa história toda, é este lamentável artigo de opinião. Neste texto esdrúxulo, o autor reduz toda a problemática da questão à raça e à condição social do bandido e dos Justiceiros. Como se não bastasse ilibar o assaltante da culpa por seus crimes, o autor deste ensaio racista - que, até pelo sobrenome eslavo, suponho ser branco - culpabiliza toda uma "classe média branca e conservadora" pelos males da nação.

    Seguindo ao pé da letra a premissa leninista de "acusá-los do que você faz e xingá-los do que você é", Rodrigo primeiro estigmatiza os brancos de classe média como sendo 'inerentemente maus', para depois pechá-los descaradamente de fascistas, racistas e preconceituosos. Qualquer leitor com dois dedos de testa é capaz de captar a hipocrisia e contradição subjacentes a esta análise.
    Dependendo das intenções do autor, ou lhe faltou inteligência ou vergonha na cara.

    Mais vale assistir ao vídeo da Rachel Scheherazade sobre esse mesmo tema.

    PS: Ao referenciar proporções etno-raciais nas estatísticas criminais, não indique apenas a raça das vítimas, mas inclua também a dos criminosos. ;)

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