por Juliano Carrer
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Ninguém tem o direito de tirar a vida do outro!
Talvez nem todos concordem com essa afirmação inicial e afirmo ela pensando desde pessoas que cometem crimes até pessoas ditas inocentes.
Porque esse papo hoje? Me incomodou muito o enfoque que a elite da mídia nacional e mundial deu a morte dos cartunistas na França. Ao invés de nesse evento gerar questionamentos, se gera apenas revolta. De início pode até ser natural nos indignarmos contra as pessoas que assassinaram os cartunistas, mas depois é preciso pensar os motivos que geraram esse extremo, analisar os dois lados para ler melhor o mundo.
É muita ingenuidade achar que o erro existe apenas de um lado!
Muitas dos desenhos feitos em memória deste atentado atual relembram outro muito conhecido, o "11 de Setembro", atentado as torres gêmeas nos Estados Unidos. Nesta época a mídia (quando digo mídia, me refiro a mídia conservadora e dominadora) fez o mesmo papel que está fazendo agora, simplesmente defendeu um lado. O que desejo mostrar com isso é que ela está carregada de intencionalidades, como todos e todas nessa sociedade.
Vi algumas charges feitas pelos que foram assassinados e na minha opinião, em algumas, teve um desrespeito sim contra os muçulmanos. Nunca concordaria que a resposta a esse desrespeito deveria ser com violência, afinal de contas, como iniciei o ano dizendo: Gentileza gera Gentileza! A questão é que se a mídia quisesse expor os dois lados deveria sim questionar até que ponto podemos desrespeitar os outros em "desenhos".
Aprendi que a minha liberdade termina quando esta ofende ou ataca a liberdade do outro. Aí está a questão para este que aqui escreve. Porque então que a Globo, entre outros meios de "comunicação", não refletem seriamente sobre isso? Porque nesse momento de dor não usarmos nossas mentes e corações para construir relacionamentos entre as nações com mais respeito, com mais ética?
Quando fazemos uma pergunta sempre temos uma resposta. E na minha análise, fazer crítica ao cartunistas seria o mesmo que fazer crítica a própria mídia. Seria o mesmo que dizer que a mídia tem sim limites, que não deveriam desrespeitar uma religião toda porque pensam diferente deles. E sendo assim, chegaríamos em outra conclusão: A mídia precisa sim de certas regras. Seria dar um tiro no próprio pé quando o assunto é a regulação da mídia, a qual ela própria é contrária.
Quando se trata de a mídia ter regras, ter limites, não defendo que apenas uma ou duas pessoas façam isso. É preciso criar ferramentas de diálogo com toda a sociedade para dizer o que queremos e o que não queremos. Do jeito que está, geralmente a liberdade deles ataca a nossa.
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