por Guilherme Fabro
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Perguntei no facebook aos meus amigos qual seu livro preferido. Gosto de saber isso, pois costumo entender as pessoas pelas suas escolhas e motivos. Quando paro e penso em qual meu livro preferido alguns vêm rápidos na minha mente. Clube da Luta, Velho e o Mar e As Vantagens de ser Invisível, mas minha primeira resposta na maioria das vezes é a mesma: Nada de Novo no Front de - Erich Maria Remarque.
O livro, baseado em fatos reais, conta a história do próprio autor durante a Primeira Guerra Mundial, quando aos dezoito anos de idade Erich Maria Remarque conheceu as trincheiras alemãs. Foi ferido em três ocasiões e saiu do conflito profundamente marcado e perplexo com a crueldade da guerra. Durante a década de 1920, enfrentava a insônia carregada de fantasmas, tomando notas sobre os horrores que viu e viveu no front. Os rascunhos formavam o núcleo de um romance, publicado em livro no ano de 1929.
"Nada de Novo no Front" firmou uma posição radicalmente pacifista em um mundo que ainda via a guerra como uma alternativa política e determinou o perfil antibelicista que habita a literatura ocidental até hoje. O protagonista é Paul, jovem alemão de família humilde que, como tantos da sua geração, deu ouvidos aos pais e professores, abandonou a escola e partiu para uma guerra que - conforme descobriria - não era a sua. Não bastasse a legitimização que faz do ser humano pacifista, "Nada de Novo no Front" é um livro assustadoramente comovedor. Resiste ao tempo graças à simplicidade do seu estilo aliada à franqueza com que trata dos sentimento humanos.
Já faz alguns anos que li a obra e ela mostrou algo bem simples: um pedaço seu sempre morre na guerra, mesmo nos casos onde você sobrevive. Esse pensamento mudou minha forma de ver as guerras. Quem acompanha sabe que Israel e Palestisna estão em confronto novamente e isso já dura anos. Não vou entram nos méritos de quem está certo ou quem começou tudo, meu ponto é bem simples: após a primeira morte, todos tornaram-se errados.
Falta empatia no mundo. Se colocar no lugar no outro, pensar em como ele se sente e, às vezes, abrir mão de algo de interesse próprio para um bem maior. As guerras mudaram muito ao longo dos anos, ficaram mais tecnológicas para se tornar mais impessoal, mas ainda existe alguns ser humano ali. É ele puxando o gatilho e é ele mesmo morrendo pelos disparos.
Pode parecer estranho essa indicação, mas não é. Sou otimista. Vejam minhas últimas indicações, todas possuem alguma "moral", algo que podemos aprender. Acho que além de entreter, os livros e os filmes podem nos ensinar muita coisa. O livro ganhou vários prêmios, pois com uma linguagem fácil e tocante o autor nos transporta para os acontecimento e faz com que sentimos todas as coisa que o protagonista sente.
Espero que gostem do livro e que ele faça voçês pensarem da mesma forma que aconteceu comigo. Caso gostem do livro, indico também a leitura de outros dois clássicos: Matadouro 5 e A Quinta Coluna. Ambos tão excelentes quanto Nada de Novo no Front.
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