terça-feira, 26 de agosto de 2014

Opinião: As longas eleições de 2014

por Rodrigo Szymanski
- cocalcomunitario@gmail.com

Se pararmos para pensar, vivemos um misto de mudança e retrocesso na política brasileira nos últimos anos. Em 2013, foi talvez o ano que mexeu com a política e a tomada de consciência, ou não, do povo brasileiro, em especial de uma parcela da Juventude.

Em pleno processo eleitoral o #VemPraRua não significa mudança para o processo eleitoral. Bom, não creio que mandar a presidenta “tomar naquele lugar” signifique sentido de mudança. Pelo contrário, significa uma análise muito rasa de política.

Precisamos de mudança no Brasil? Sim é a resposta. Queremos mudança? Sim é a resposta. Mas de qual mudança estamos falando? Isso é importante compreendermos. Se compararmos os períodos das “eras” PSDB e PT no governo do Brasil, não tenho a menor embaraço em dizer que o governo do PT trouxe avanços para o Brasil. Céticos irão dizer que o avanço é resultado das políticas iniciadas já na década de 1990. Porém, mesmo que o PT mantenha uma linha de uma economia com as bases neoliberais, as mudanças são significativas. Começando pelo avanço nas cotas universitárias no padrão do Prouni que já atendeu até final de 2013 1,2 milhão de alunos, foram criadas 14 novas universidades federais e mais de 100 novos campi. Programas sociais, como Bolsa Família, que já atingiu e tirou 1,7 milhão de famílias da pobreza (aproximadamente cinco milhões de pessoas) e mantém 17,5 milhões de crianças na escola. Já o Programa “Minha Casa, Minha Vida” “foi lançado em março/2009, com a finalidade de criar mecanismos de incentivo à produção e aquisição de 1 milhão de novas unidades habitacionais, atualmente essa meta é de 2 milhões de novas moradias”, segundo o site da Caixa. Podemos pontuar a redução de IPI e outros programas, e até mesmo a forma que se age com a política externa. Estes programas, mais que ajudar aos mais “carentes”, é dinheiro circulando nas cidades e gerando renda e trabalho para os cidadão.

E quando sugiro que é raso o simples fato de buscar mudança, não analisando realmente os cenários do Brasil, podemos cair como massa de manobra, acreditando que políticos que sempre estiveram no poder são pintados de “salvadores da pátria” sem analisar suas atuações políticas reais.

É preciso mudar o Brasil? Sem dúvida alguma precisamos ainda mudar muito o Brasil, porém, precisamos debater claramente a situação e as condições destas mudanças, para avançarmos em um desenvolvimento para o povo e condições sempre mais de dignidade.

Vejamos bem, atualmente escuto e escutarei críticas por ter citado os avanços sociais do governo do PT, mas quando olhamos a previsão do orçamento geral da União e os gastos com a DÍVIDA PÚBLICA - 42,04%, isso é garantir a vida dos banqueiros, ou o superávit que é o dinheiro que “sobra” nas contas do governo depois de pagar as despesas. Veja bem, dinheiro que sobra e está lá como garantia. Não escuto reclamações da grande mídia e da ala mais a direita na política para investir estes mais de 1 trilhão de reais em educação, saúde etc, por que? Porque eles defendem cortes no gastos públicos (saúde, educação, programas sociais) para aumentar este montante e deixar “calmo” o mercado.

Assim como o investimento em programas como Bolsa Família é de 1,06% do orçamento da União, a diferença é que o dinheiro do Bolsa Família chega a movimentar as “economias locais” e os mais pobres, e estes programas recebem as maiores críticas, como se o problema do Brasil fosse garantir que quem nada tem, tenha o mínimo do mínimo.

Podemos também questionar, precisamos de mais latifúndios no Brasil ou de mais investimentos nos pequenos agricultores, na agricultura familiar?

A grande questão está, quando falamos em mudança, de qual mudança estamos falando?

Vivemos em uma democracia e o voto é por direito e dever individual, podemos escolher o candidato que nos agrada. Porém não podemos fazer política rasa, baseado em “mitos inventados”.

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