segunda-feira, 20 de outubro de 2014

Espaço Educação: Pelo direito de se informar

por Juliano Carrer
 - cocalcomunitario@gmail.com

Até que ponto temos acesso a informação? Até que ponto o conhecimento está ao nosso alcance? É muito comum ouvirmos dizer que basta pesquisar que o que você quiser está na internet ou nos livros.

Discordo parcialmente desta afirmação, e para argumentar pela minha discordância vou usar o exemplo das torres de celulares tão presentes no nosso cotidiano. Na cidade de Criciúma existia uma lei que impedia a construção de torres tão próxima as residências, inclusive tinha exigências mais rígidas quando se tratava de hospitais, creches... Hoje a distância que era de 300 metros passou a ser 30 metros. Evolução? Aperfeiçoamento da lei? Acredito que não. A busca pelo lucro passa por cima da vida humana. Na mesma cidade existiam pessoas na Unesc que pesquisavam sobre a interferência das ondas emitidas pelas torres e esse grupo afirmava que existia sim riscos e que a distância não deveria ser diminuída.

Trecho da primeira lei de Criciúma (L E I Nº 4.248, de 19 de Dezembro de 2001):
"Art. 1º Fica estabelecida a distância mínima de 300 (trezentos) metros como parâmetro ao afastamento de torres de telefonia móvel das residências e edificações, com uma radiação de densidade máxima de 0,01 Micro Watt/cm2"

Porque então mesmo com acesso a essa informação os vereadores optaram por aprovar tal mudança na lei?

Trecho da lei mais recente (LEI Nº 5.938, de 7 de novembro de 2011):
"Art.6º Visando à proteção da paisagem urbana, a instalação das torres e postes deverá observar aos seguintes critérios (recortei alguns critérios): 30m (trinta metros) a partir do ponto de emissão de radiação, na direção de maior ganho da antena, de qualquer ponto de edificação existente em imóveis vizinhos que se destinem à permanência de pessoas, salvo nos casos de utilização de microcélulas;"

Claro que precisamos voltar nossos olhos para nossa cidade. Que leis existem sobre esse assunto? Que informações você possui a respeito dos riscos da radiação?

Aí que está a questão, buscamos informações quando somos instigados a pensar sobre determinado assunto. Ninguém vai em busca de algo que não pensou antes. E na sociedade em que vivemos não é interesse das empresas/pessoas que lucram com tais antenas que saibamos os malefícios da radiação emitida por elas.

Numa tentativa de instigar um pouco você caro leitor, quando se fala de exposição a radiação existem dois possíveis efeitos. Um a curto prazo, quando essa exposição é muita intensa e temos certeza de que faz mal, inclusive podendo matar uma pessoa. E outro efeito é aquele a longo prazo devido a exposições não tão intensas, neste tipo de exposição apenas perceberemos a reações em nossos corpos depois de 10, 20, 30 anos... E como o efeito ocorre apenas a longo prazo existe uma grande dificuldade de culpar as radiações a qual fomos expostos como causadores, por exemplo, de um tumor. Talvez aí esteja a grande dificuldade de algumas doenças não terem explicação aceitável nos dias atuais.

Outra informação para que nos estimulemos é sobre uma pesquisa realizada na nossa região sobre o comportamento do Ph da pele de pessoas que viviam em locais com e sem torres de telefona celular. Nessa pesquisa, onde existia a torre o Ph das pessoas sofriam alterações diárias ao contrário de onde as torres não existiam.

É possível então pesquisar mais sobre a interferência das radiações nas nossas vidas? Claro que sim. O "que pega" nesse assunto é se existe interesse do mercado que essas pesquisas aconteçam. Por isso minha defesa de que nem sempre temos acesso a toda a informação que queremos.

E aí? Vamos descobrir que leis existem no nosso município sobre esse assunto? Ou você prefere viver sem esta informação? Onde seu filho/a estuda? Existe torre perto? Que posicionamento desejamos do município de Cocal quanto as escolas/creches em que existem torres perto? A lei existente está sendo respeitada?

Chega de perguntas, vamos as respostas!

Para pesquisar as leis de Cocal do Sul: www.cocaldosul.sc.gov.br

Dica: na pesquisa use a palavra chave: "telefonia"

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