Espaço Cultura: A Onda – Uma forma de aprender com os erros

por Guilherme Fabro

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Todos conhecemos a história da 2ª Guerra mundial, pelo menos a parte popular dela .Existem muitos mitos do que realmente aconteceu. Muitos pontos são discutíveis, mas um deles é absoluto. Um regime totalitarista opressor não pode voltar. É muito comum escutar algo do tipo: “A humanidade aprendeu e não vai repetir o erro” ou “Não somos mais tão fáceis de controlar”. A Onda (Die Welle) tem como objetivo principal mostrar como é fácil controlar nossas mentes e nos induzir por caminhos que não escolhemos.

Enredo: Filme inspirado no livro homônimo de 1981 do autor americano Todd Strasser e no experimento social da Terceira Onda. Mostra uma escola que está oferecendo alguns cursos de uma semana e Rainer, um professor da escola, ministra o de autocracia, após o professor do outro curso, o de anarquismo, que Rainer preferia, recusar-se a trocar de matéria. Seus alunos, parte da terceira geração após a 2ª Guerra Mundial, não acreditam que uma ditadura poderia surgir na Alemanha moderna, então Rainer começa um experimento para mostrar o quão fácil é manipular as massas.

Ele começa exigindo coisas simples, que todos os alunos se refiram a ele como "Herr Wenger" (Senhor Wenger) e muda as carteiras de lugar, de modo que todas elas fiquem de frente para ele. Ele também posiciona os estudantes de acordo com suas notas, de modo que cada par (as carteiras são para duas pessoas) seja formado por um estudante com notas ruins e outro com notas boas. O objetivo é que uns aprendam com os outros, tornando-se um só. Além disso, todo aluno que quiser fazer alguma colocação deverá se levantar e dar respostas curtas. Rainer também mostra aos alunos como uma marcha executada com perfeita sincronia rítmica entre os alunos pode fazer com que se sintam parte de uma única entidade, a ponto de incomodar os alunos de anarquismo, que estão na sala embaixo da deles

Não vou contar como o filme continua, essa é a grande maravilha do filme, começando com coisas pequenas como organizar as cadeiras (aposto que você passou por algo parecido na escola), uniformes e um gesto igualitário. Aqui consiste em imitar o movimento de uma onda com o braço (de onde vem o nome do filme e do grupo de teste). O professor começa a perder o rumo no experimento, ficando megalomaníaco mostrando junto com isso dois pontos: Primeiro que é fácil manipular a massa e quanto mais jovem melhor e, segundo, muitas vezes o próprio manipulador acaba se perdendo.

A Onda é um excelente filme, atuações, história, fotografia, tudo excelente, mas o principal mérito do filme é passar o exemplo. Um exemplo de que não devemos nunca esquecer do que aconteceu no passado e nunca duvidar que algo parecido pode voltar a acontecer. Afinal, somo humanos, somos falho e manipuláveis.