domingo, 30 de novembro de 2014

Opinião: Libertar a educação

por Rodrigo Szymanski
 - cocalcomunitario@gmail.com

De qual educação falamos quando pensamos em direitos humanos e na vida? Talvez a escola e os métodos educacionais lembrem gaiolas, como dizia Rubem Alves. E elas, as gaiolas, não proporcionam a liberdade de voar e cantar o que é belo. Infelizmente vivemos em uma sociedade das “grades”, na qual não existe liberdade, mas sim uma “alforria” para realizar isso ou aquilo.

Os sistemas educacionais estão talvez, ou com certeza, a serviço de “Servir o sistema”, fazendo da lógica de se formar para viver no sistema e responder as demandas que o sistema oferece, sem questionar o sentido do trabalho. Nossa educação não se preocupa em garantir cidadões que viverão um trabalho emancipatório, mas sim peças fundamentais de funcionamento do sistema atual.

É possível perceber nos dias atuais que existem sérios problemas de relacionamento humano quando pensamos os direitos humanos. Podemos afirmar, como disse o poeta Bertolt Brecht, "Que tempos são estes, em que temos que defender o óbvio?”. Todos falam da paz, mas não educamos para paz, a gente educa para competitividade, e ser competitivo é artimanha do sistema de manter suas estruturas dando a falsa impressão que “ser competitivo é saudável”. Cabe perguntar, como funcionam nossos vestibulares? Não são guerras e batalhas da qual sobrevivem os ditos ‘melhores’? E desta forma, talvez, possamos entender a violência nas periferias. A lei da competitividade elimina os “menos preparados para o sistema”, só que na lógica da exclusão, esta competitividade chega ao extremo da barbárie. Pensando misso, não existe locais para a vida, quando alguém sempre deve perder.

É quase uma “heresia” pensar na libertação da educação em um sistema capitalista se compreendermos que a educação é ideológica, que forma para competitividade e para o mercado com seus modelos autoritários, construindo assim, uma educação que oprimi. Talvez, a educação não esteja fracassada, talvez a educação responda o que querem que ela seja, opressora!

Temos um sério problema: como libertar a educação das correntes que a prendem? E diz o poeta da educação Rubem Alves: “Eu quero desaprender para aprender de novo. Raspar as tintas com que me pintaram”. 

Cabe aqui o maior desafio, desaprender para aprender!

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