segunda-feira, 10 de novembro de 2014

Espaço Educação: "Publicidade infantil em questão no Brasil"*

por Juliano Carrer 
- cocalcomunitario@gmail.com

Chegando na escola, um dos assuntos de corredores e de sala de aula é o tema da redação do ENEM, que aconteceu neste final de semana: "Publicidade infantil em questão no Brasil".

Primeiramente penso que a temática é essencial de ser discutida. Não venho aqui fazer uma proposta de redação, mas sim de aproveitar dessa temática para discutir alguns elementos que considero relevantes.

O primeiro deles é a lógica do mercado atingindo até aqueles que consideramos os mais vulneráveis, nossas crianças. Trata-se de um tremendo desrespeito ao ser humano quando antes mesmo deste desenvolver análise crítica frente as coisas, no caso aqui, publicidade, tentarmos convencê-la de algo por artimanhas midiáticas. Enganações essas que por vezes criam necessidades não existentes.

Além do absurdo de se focar a atenção publicitária enganosa nas crianças, existe outros fatores que levam elas a serem alvo desse setor na sociedade.

O que seria?

Quem nunca viu uma criança se atitando no chão ou chorando num supermercado ou loja para conseguir o que queria?

A grande questão é que atualmente é mais comum as crianças terem mais influência sobre aquilo que desejam. Claro que é importante escutarmos as crianças, mas cabe ao adulto o cuidado final da decisão. E quando um responsável pela criança permite que esta decida, ele está permitindo, por exemplo, que um publicitário decida, pois este pensou muito bem na cor da embalagem, na propaganda na TV que seu filho viu e com certeza o influenciou de certa forma. A verdade é que até esse excesso de "liberdade" dos filhos sofre influência direta da lógica de sociedade em que vivemos (mas podemos discutir melhor isso em outra coluna).

Outro motivo da atacarem as crianças com tanta publicidade é o fato de que se o mercado conseguir transformar estas em consumidoras mais cedo, teremos no futuro pessoas adultas mais consumidoras do que as atuais. Estão cuidando muito bem do legado enganoso deles:

"A essência da Vida é consumir".

Na verdade, para mim, toda publicidade que confunde e engana deveria ser proibida. Não é ético tentar enganar ninguém, seja adulto ou criança. Não vejo que toda publicidade faz isso, mas precisaria sim existir um maior acompanhamento do que é dito para nossas crianças. Ou você acha saudável que seu filho veja programas, por exemplo, que exaltem a violência? Alguém é contra que se regule a exibição de filmes pornôs na TV aberta, tipo as 10 hors da manhã?
São questões que fazem pensar e muito!

* Tema do ENEM 2014

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