por Rodrigo Szymanski
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Não sei quem era, não conheci em vida, não conheço sua família e sua história, não importa agora ter conhecido ou não. No sábado chegou a notícia que um jovem foi morto com dois tiros na cabeça. Jovem, sul cocalense, conhecido de vários conhecidos meus. Recebi informações de sete pessoas que vieram em meu facebook, por mensagem no celular, pessoalmente falar sobre a morte por arma de fogo de um jovem em nossa cidade. Logo, pela curiosidade humana, procurei no facebook do jovem para saber se era algum conhecido. Para escrever para este site liguie para a Polícia Civil de Urussanga, que repassou algumas informações.
O fato é que um jovem perdeu a vida, um jovem assassinado, mais um jovem exterminado. Muitas perguntas ficam, qual o motivo? Assassinato? Acerto de conta? Tráfico? Agora, já não interessa saber o motivo, a dor daqueles que perderam um filho, um irmão, um amigo, um colega marca com dureza o coração. Em seu facebook mensagens neste patamar: “baah inacreditável irmão, descansa em paz Brothers, vai com Deus mano”.
O extermínio de jovens no Brasil é preocupante, e hoje não falo do Rio de Janeiro, falo de Cocal do Sul, cidade do interior, de classe média. Há cerca de dois meses, O ICJ (Instituto Catarinense de Juventude), realizou no Bairro Jardim Elizabeth uma “roda de conversa” e um jovem dizia “tenho medo de sair na rua”, medo da violência!
Conversando com uma amiga, que é advogada do Centro de Referência de Direitos Humanos de Curitiba, a Mari Malheiros, ela dizia: “Mas Rodrigo, você leu os dados do mapa da violência? Tá complicado o interior, nas capitais diminuiu os índices de violência, mas no interior aumentou a violência. Como há concentração de recursos de politicas públicas nas capitais, no interior o crime organizado está se organizando melhor. Esse papo de interior sem violência é papo mesmo. O que se precisa é de mais investimentos no interior, em políticas públicas, não em PM”. O mapa da violência, lançado a semana que passou, destaca que nas cidades de 10 a 20 mil habitantes a violência subiu 16%. O Mapa ainda revela que “é possível verificar que a evolução recente dos homicídios tomou rumos diferentes aos experimentados pelas Unidades Federadas, evidenciando que os polos dinâmicos da violência homicida já não são patrimônio das grandes capitais. Com 18.917 homicídios em 2002, o total das capitais cai para 17.800 em 2012, o que representa um decréscimo de 5,9% na década, contra 13,4% de aumento nas UF” .
O crime organizado em nossa cidade cresce, não por índices ou dados oficiais, mas é sair na rua e conversar com um ou outro e sabemos. Estes dia um jovem foi preso pela polícia federal por tráfico em Cocal do Sul.
Agora sobre as dores de saber que jovens são mortos, assassinados, exterminados em nossa cidade, quais as medidas que serão tomadas? Policiamento e câmeras de segurança não resolverão os problemas da violência e do crime organizado, é preciso tomar medidas profundas e radicais de mudanças nas estruturas educacionais, sociais e cultural.
Criticamente aqui retorno demandas para as políticas pública para juventude e população em geral, que não são realizada. Quantos espaços nossos jovens possuem? Que propostas culturais temos? A escola é um lugar atrativo? Estamos debatendo alternativas de superação a violência, drogas, crime organizado? Ou somente choramos as vítimas destes?
Aqui, não é tempo de criminalizar, buscar o culpado, e sim as alternativas para mudarmos o paradigma social de medo e violência. Chega de violência e extermínio de jovens!
Legal
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