segunda-feira, 13 de maio de 2013

Opinião: A culpa é da abolição que veio e não o libertou

por Rodrigo Szymanski

Em 13 de maio de 1888 a princesa Isabel teve a bondade de assinar a Lei Áurea. Os escravos seriam livres! Besteira, pura besteira. Primeiro porque liberdade nenhuma vem por meio de decreto. A liberdade é um sentimento que nasce e se desenvolve no íntimo de cada um. Não são correntes que privam alguém da liberdade. Podemos dizer que nesta data chegou oficialmente a extinção da escravidão no Brasil, como Lei Oficial. É possível destacar a Lei do Ventre Livre, em 1871, ponderava livres os filhos das escravas. A Lei dos Sexagenários, em 1885, alegava livres pessoas com mais de 60 anos. Em 1888, a princesa Isabel assinou a Lei nº 3353, a Lei Áurea, pondo um fim a escravidão?

A pergunta que não quer calar, a quem interessava o fim do sistema escravocrata no Brasil Império? Seria por benevolência dos senhores de engenhos e fazendeiros? Ou porque já não era mais possível manter este sistema, a falta de mão de obra barata levava os “poderosos” a trazer os imigrantes para trabalhar livremente (???).

Os movimentos de resistência afros ainda hoje celebram o dia 20 de novembro, Dia de Zumbi, como o real dia de resistência e fim da escravidão, pois os negros africanos nunca se renderam de forma pacífica e sempre resistiram.

Diz a música Nego Nagô “O negro mora em palafita, não é culpa dele não senhor. A culpa é da abolição que veio e não o libertou”. A maioria das comunidades de periferias são de negros, os sub-empregos de negros, a população carcerária de negros. E ainda se acredita no falso mito da igualdade racial, em que no Brasil todos são iguais...

De acordo com a Comissão Pastoral da Terra (CPT), ligada aos Bispos do Brasil, responsável por relatórios anuais e denúncias de trabalho escravo no país, são escravizados em média, por ano, pelo menos 25 mil trabalhadores, um número significativo de crianças ou adolescentes. E hoje quais as escravidões que estão presente em nossa sociedade? O Brasil tem números elevados de tráfico de pessoas, exploração sexual e trabalho escravo. Mas a verdade é que a mídia não mostra estes dados... No período entre 2005 e 2011, foram identificados 337 brasileiros vítimas de tráfico para fins de exploração sexual e 135 brasileiros vítimas de tráfico para fins de trabalho escravo em 18 diferentes países. Dados Governo Federal.

E fica uma pergunta, nestes tempos de reflexão, por que Cocal do Sul tem uma pequena população de negros? Fatos históricos dizem que há um tempo atrás os “Italianos” (3° geração) não aceitavam os negros na cidade e até amaravam os mesmo na figueira na praça central da cidade.

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