terça-feira, 16 de setembro de 2014

Espaço Cultura: O Corvo - Minha primeira lembrança cinematográfica

por Guilherme Fabro
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Quando tento lembrar do primeiro filme que assisti, sempre lembro de uma mesma cena, nela um corvo aparece voando, pousa no parapeito da janela e dentro do quarto vejo um homem com o rosto pintado de branco. Essa cena se passa logo depois que Eric Draven descobre o que aconteceu com sua namorada. Eu sei que o Corvo não foi meu primeiro filme, mas o legal que ele é minha primeira grande lembrança e por isso merece importância.

Sinopse: Eric Draven e sua noiva Shelly são brutalmente assassinados na Noite do Demônio (Devil's Night), a noite que precede o Halloween. Um ano depois, Eric volta do mundo dos mortos guiado por um corvo. Inicialmente sem lembranças do ocorrido, volta ao seu antigo apartamento onde recobra as memórias e a dor da morte. Eric pinta em seu rosto com os traços de um palhaço feliz e distorcido e inicia uma caçada para vingar-se de seus assassinos. Inimigo após inimigo, batalha após batalha, Draven está perto de completar seu triste propósito. Ele vive. Eles morrem. Mas há um segredo sobre seus poderes. E se os seus rivais o descobrirem, talvez não haja mais nada na Terra capaz de salvá-lo. O roqueiro Eric Draven está morto... Mas, estranhamente, ele ainda vive.

Brandon Lee (Filho do Bruce Lee) interpreta Draven neste conto sobrenatural de vingança, baseado na série em quadrinhos criada por James O'Barr. Alex Proyas (Eu, Robô) dirige o filme, combinando os elementos de suspense da vingança de Draven com um incrível visual neogótico, até então diferente de tudo já visto nas telas.

O Corvo é um daqueles filmes que eu assisti quando guri e nunca esqueci, virou um clássico. A história é simples, a sinopse entrega todo o filme, mas vale muito assistir. A direção do filme é excelente, ela te envolve e te faz ir junto com Draven na vingança. As atuações também ajudam, todos atores são muitos bons, Brandon é fora de serie, infelizmente ele morreu durante a gravação (explicações no fim do post). Toda a polêmica da morte ajuda a “vender” o filme, mas ele é muito mais do que isso. O visual do filme é outro ponto incrível, figurino e principalmente a fotografia estão impecáveis. Um detalhe, o filme é gravado praticamente todo durante a noite para dar um ar ainda mais sombrio. O filme teve duas continuações, mas ambas não chegam aos pés do original. Nos últimos anos Hollywood está tentando fazer um remake do filme, atores e roteirista já foram contratado e trocados algumas vezes. Nos resta esperar.

A trilha sonora com clássicos do Rock é um capitulo à parte, trilha que combina bem com o ar gótico e sombrio que o filme possui, entre elas estão: Burn - The Cure, Big Empty - Stone Temple Pilots, Dead Souls - Nine Inch Nails, Darkness - Rage Against The Machine, Snakedriver - The Jesus and Mary Chain.

"Prédios queimam, pessoas morrem, mas o amor verdadeiro é para sempre." ….. em O Corvo vimos que o amor verdadeiro que ultrapassa toda e qualquer barreira, até a morte. Um tema muito comum em filme, mas o amor em o Corvo foi elevado a um grau até então não visto nos cinemas e depois dele muitos outros filmes usaram o tema.

Curiosidade: A morte de Brandon Lee

A realização deste filme foi marcada pela morte de Brandon Lee, filho de Bruce Lee. Uma das cenas rodadas para o filme requeria que uma arma fosse carregada, engatilhada e apontada para a câmera mas, por causa da curta distância do take, a munição carregada era de verdade mas sem pólvora. Após a realização desta cena, o assistente do armeiro (não o armeiro, que já havia deixado o set) limpou a arma para retirar as cápsulas, derrubando um dos projéteis no cano.

A cena seguinte a ser filmada, envolvendo aquela arma, era o estupro de Shelly, sendo que a arma foi carregada com festim (que normalmente tem duas ou três vezes mais pólvora do que um projétil normal, para fazer um barulho alto). Lee entrou no set carregando uma sacola de supermercado contendo um saco de sangue explosivo. No roteiro constava que Funboy deveria atirar em Eric Draven quando ele entrasse na sala, estourando o saco de sangue. O projétil que estava preso no cano foi disparado em Lee através da sacola que ele carregava, matando-o. Os negativos com a filmagem de sua morte foram destruídos sem nunca terem sido revelados

"Não pode chover o tempo todo, o céu não pode cair para sempre e embora a noite pareça longa, suas lágrimas não podem cair para sempre".

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